quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Promessas não cumpridas



Muitas promessas não foram cumpridas nos últimos 12 meses. Eu mesmo, ativo cobrador de promessas, terei prometido e faltado, no mínimo sete vezes por semana, e, o que é pior, ostentando indefectível cara-de-pau." (Carlos Drummond de Andrade)


Andei sumida, eu sei... Novos desafios se fizeram constantes e aquela "busca" de que eu sempre falo, continua latente.
Muitas foram as promessas de encontro para uma cerveja, matar a saudade, brindar um aniversário ou mesmo jogar conversa fora. Promessas não cumpridas, que por motivos temporais não foram realizadas.
Mas o tempo da beleza, da delicadeza já está por chegar. Breve a vida entra no eixo e tudo volta ao normal.
E viva o ciclo de oxumarê.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Leite Derramado - Chico Buarque

Ainda não li, mas pela crítica, o livro deve ser fantástico.

Chico Buarque é sempre inspirador, nos remete ao lirismo das palavras sem nos tirar da realidade.

“Leite derramado é o mais hábil e inspirado romance que [Chico Buarque] já escreveu (…). A qualidade de Leite derramado — um dos mais importantes romances lançados no país nesta primeira década do século XXI — desmonta, de vez, as superstições e preconceitos que deformam sua figura de escritor. Chico não é só um músico de sucesso que faz literatura. Ele está entre os grandes narradores brasileiros contemporâneos (…). Leite derramado despeja sobre o leitor, é verdade, uma profunda tristeza. Mas é uma tristeza fértil, que nos ajuda a matizar os grandes atos da história.” — José Castello, O Globo

“Começando a leitura hoje, sábado, na segunda você estará com um livro de pouco menos de 200 páginas devidamente saboreado e a cabeça recheada de ótimas histórias para contar, (…) depois de um fim de semana segurando nada menos que o Brasil nas mãos (…). O Chico escritor está aqui na ponta dos cascos.” — Reinaldo Moraes, Jornal do Brasil

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Um pouco sobre ética e jornalismo

A ética no jornalismo é o estrito comprometimento ao pacto entre o jornalista e o cliente, é a informação dada com transparência e mesmo acreditando não haver imparcialidade total do jornalista frente à notícia, informar com responsabilidade.
Convivemos com uma angústia latente no que se refere à ética, nesse contexto podemos conceituá-la de várias formas. A ética profissional, a ética individual, a ética religiosa, a ética política e por aí. Em todos os aspectos nos vemos envolvidos nos costumes, comportamento, relacionamentos e moral. A ética tem uma relação muito acentuada com o Modus Vivendi de cada sociedade em conseqüência das decorrentes mudanças, isso reflete na contextualização do que é bom para o indivíduo e para a sociedade, ou seja, o que é bem comum para a sociedade em questão naquele momento. Como ocorreu no caso de Sócrates, filósofo grego, condenado a beber veneno, acusado de induzir a juventude a questionar as leis.
O embasamento para a construção da personalidade humana se dá na infância, onde a criança absorve o que lhe é ensinado como conceitos morais, através do meio em que vive e das referências da sociedade, sendo capaz, mais adiante de uma convivência social, questionamentos acerca de valores éticos e morais para a prática da vida social.
Estamos imbuídos numa sociedade competitiva e hedonista em que valores éticos estão sobrepujados pelo individualismo e a busca do poder. A informação cada vez mais rápida muitas vezes não possibilita que o profissional lance um olhar crítico sobre o que está sendo entregue ao público. A luta pela melhor reportagem, pelo furo do ano, pela entrevista com o assassino pode dizimar com conceitos éticos. Não obstante, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem o papel de aferir a conduta e procedimentos dos profissionais, para que a informação seja transmitida, observando a veracidade dos fatos e atentando para o compromisso com a responsabilidade social e interesses públicos.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sobre Publicidade e Propaganda - Teaser

Teaser ( em inglês "aquele que provoca" do verbo tease "provocar") é uma técnica utilizado em Marketing para despertar a curiosidade, chamar a atenção para uma campanha publicitária provocando/aumentando o interesse do público-alvo para sua mensagem .

Muitas vezes essa técnica é utilizada como um dos recursos iniciais de uma Campanha Publicitária. O teaser pode ser uma pequena peça veiculada por qualquer mídia publicitária , seja em jornais, revistas, outdoors, televisão, internet ou outros meios, deve levar ao público alvo a interrogar sobre a mensagem que pretende ser passada, despertando o interesse pela continuação do tema. Posteriormente, na continuação da campanha, o assunto é esclarecido.

Teaser da Novela da Rede Globo - "A Favorita".

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Poder – Quem o detém?

Desde os primórdios dos tempos a inteligência é a arma que o homem utiliza para se manter superior aos demais animais e até mesmo sobre a natureza. Essa inteligência pode se materializar em acúmulo de conhecimento e se transformar em tecnologia e benefícios para a humanidade.
As civilizações sempre se impuseram perante o mundo utilizando o poder do conhecimento, que por sua vez se transformaram em armas, guerras pelas conquistas culturais, econômicas e de territórios. Basta observar o controle que os Estados Unidos sempre exerceram sobre o resto do mundo em virtude de seu acúmulo de conhecimento, tecnologia e capital. Vale lembrar que atualmente esse quadro vem mudando.
Assim como em outros momentos da história, atualmente quem detém a informação, o conhecimento, o saber tem o poder proporcional à importância e ao uso que faz dessa informação.
O indivíduo que acumula conhecimento em qualquer que seja a área de atuação possui capacidade superior de se destacar em relação aos seus semelhantes.
Dessa maneira, quem detém a informação em qualquer lugar que esteja tem o poder de se impor aos demais.
Na mídia, seja impressa ou eletrônica, a informação é a moeda que move esse mercado e os demais que são influenciados por ela.
Nesse caso, concluo que a educação como processo de desenvolvimento humano deveria ter lugar de destaque na sociedade, mas o que assisto é o descaso dos governantes, quiçá da sociedade.
Se o conhecimento confere ao indivíduo poder, ao contrário, a ignorância lhe permite ser moldado, ludibriado, açoitado pelos que detém o poder. Muitos foram os governantes que atearam fogo ao instrumento do saber, apesar de serem leitores assíduos e se imbuírem de todo e qualquer conhecimento que fosse necessário.
Diante desses fatos é compreensível que empresas disputem ferozmente, cartela de bons clientes e informações que, com certeza lhe trarão benefícios. E é compreensível também, que os governantes não se preocupem em atribuir à sociedade educação de qualidade.
Portanto, sejam vocês mesmos os precursores do seu próprio saber, invista no conhecimento, porque quem tem a informação tem o “poder”.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Luiz Carlos Prates

Confira um breve momento de liberdade de expressão no jornalismo brasileiro.
Decente e apropriado para a atual conjuntura.

Ao invés de piadas que muitas vezes contribuem para a disseminação das falcatruas públicas e também privadas, palavras simples que traduzem nossa indignação em torno da falência do sistema.


Íris ou Lírios, de Van Gogh


Algumas das mais belas obras de Van Gogh foram inspiradas nos jardins de Saint-Rémy de Provence. Íris foi um dos raros quadros mostrados em público, ainda em vida do pintor.
Íris. 1889. Óleo sobre tela, 71 x 93 cm. Los Angeles, The J.Paul Getty.

Coitado do Ser Humano...

Infeliz de quem passa pela vida tentando provar que nada vale à pena...
Infeliz de quem acredita que viver fora do ar com drogas, álcool e outras bobagens é melhor que viver com os pés no chão, com a mente propícia às boas energias...
Infeliz de quem não crer em Deus e até mesmo brinca com seu nome...
E essa infelicidade é evidente, não alcançam nada, não realizam nada, são insatisfeitos com tudo e o que é pior, não produzem nada que se possa aproveitar.
Claro, a inquietude é que move nossa vida, mas tem que ser sadia, produtiva, nortear, provocar com propósito.
Todos são livres para suas crenças ou não, suas ideologias, seus hábitos... O que nos falta é respeito.

Na verdade, isso é apenas um lamento. Às vezes me deparo com cada coisa que custo acreditar.
Coitado do "ser humano", não sabe proporcionar ao outro o alimento para a alma, para o intelecto, apenas agride, critica, não acrescenta nada.

E eu não quero fazer isso, e falando em alimento para a alma ou mesmo para o intelecto, gostaria de indicar um livro delicioso do Gabriel García Márquez: Memórias de minhas putas tristes.

Conta a história de um nonagenário cronista e crítico musical que, em seu aniversário de 90 anos, pretende presentear a si mesmo com uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Porém, ao vê-la dormindo, não tem coragem de acordá-la e se apaixona por uma garota adormecida.
O romance mostra como um idoso teve sua vida tomada pelo medo do amor, e aos 90 anos descobre o verdadeiro prazer da vida.

E com certeza, vale à pena viver.

boa Leitura!!!

domingo, 12 de abril de 2009

Discutindo Literatura - Edição 16


Abapuru - Tarsila do Amaral


O Manifesto Antropófago e suas

idéias sobre pluralidade

cultural e assimilação crítica completam 80 anos e

continuam, neste novo milênio,

cada vez mais atuais


O Manifesto Antropófago foi publicado em 1º de maio de 1928, no jornal Diário de São Paulo. De todas as iniciativas renovadoras

propostas por Oswald de Andrade, talvez tenha sido essa a mais visionária. Em sua obra Vanguardas Latino-americanas, Jorge Schwartz assim analisa a antropofagia oswaldiana:

“O dilema nacional/cosmopolita é resolvido pelo contato com as revolucionárias técnicas da vanguarda européia, e pela percepção da necessidade de reafirmar os valores nacionais numa linguagem moderna. Assim, Oswald transforma o bom selvagem rousseauniano num mau selvagem, devorador do europeu, capaz de assimilar o outro para inverter a tradicional relação colonizador/ colonizado”. Tudo, evidentemente, no plano cultural.
Schwartz cita ainda o artigo “Da razão antropofágica: diálogo e diferença na cultura brasileira”, escrito por Haroldo de Campos, em que este afirma:
“(...) é o pensamento da devoração crítica do legado universal, elaborado não a partir da perspectiva submissa e reconciliada do ‘bom selvagem’ (...) mas segundo o ponto de vista desabusado do ‘mau selvagem’, devorador de brancos, antropófago. Ela não envolve uma submissão (uma catequese), mas uma transculturação: melhor ainda, uma ‘transvaloração’: uma visão crítica da história como função negativa (...) capaz tanto de apropriação como de expropriação, desierarquização, desconstrução. Todo passado que nos é ‘outro’ merece ser negado. Vale dizer: merece ser comido, devorado. Com esta especificação elucidativa: o canibal era um ‘polemista’ (do grego, pólemos: luta, combate), mas também um ‘antologista’: só devorava os inimigos que considerava bravos, para deles tirar proteína e tutano para o robustecimento e a renovação de suas próprias forças naturais (...)”.
A origem do movimento antropofágico é curiosa. Em fins de 1927, Oswald de Andrade e a pintora Tarsila do Amaral, sua mulher, foram, com amigos, para um restaurante a fim de comer rã. Enquanto esperavam, começaram a inventar teorias imaginárias acerca da rã, e alguém disse, em tom jocoso, que a história da evolução humana passava pela rã. Quando o prato chegou, Tarsila comentou que naquele momento eles poderiam ser considerados uns “quase-antropófagos”. No aniversário de Oswald, Tarsila o presenteia com um quadro, inicialmente chamado “o homem plantado na terra”. Foram ao dicionário de tupi-guarani e deram outro nome à tela: Abaporu (aba, “homem”; poru, “que come”). Assim, nascia o movimento da antropofagia, radicalmente primitivista.
O movimento antropofágico gerou a Revista de Antropofagia. Publicada em São Paulo, ela teve duas fases ou “dentições” – nomenclatura mais adequada segundo os antropófagos.
A primeira, entre maio de 1928 e fevereiro de 1929, e a segunda, de março a agosto de 1929. De acordo com seus criadores, a pluralidade ideológica era preponderante. A Revista de Antropofagia dizia não ter “orientação ou pensamento de espécie alguma: só tem estômago”.
Na primeira fase, iniciada com o Manifesto Antropófago, observam-se tendências ideológicas contraditórias: ao lado dos artigos revolucionários de Oswald de Andrade, Alcântara Machado, Mário de Andrade e Carlos Drummond, encontravam-se textos de Plínio Salgado, fortemente marcados por um nacionalismo ufanista, identificado com o fascismo.
Na segunda fase da revista, ocorreram algumas dissidências entre os grupos modernistas, inclusive a ruptura entre Oswald e Mário de Andrade. Mantiveram-se antropófagos: Oswald, Raul Bopp, Tarsila e Patrícia Galvão, a Pagu.

Baque de 1929

No final de 1929, a grande crise mundial surpreendeu financeiramente Oswald, sobretudo com a queda do preço do café. Naquele ano separou-se de Tarsila e envolveu-se com Pagu, com quem teve o filho Rudá (“o deus do amor” em tupi).
Em 1931, Oswald e Pagu conheceram Luís Carlos Prestes, então exilado em Montevidéu. Sob influência dele, filiaram-se ao Partido Comunista Brasileiro, e lançaram o jornal O Homem do Povo, no qual atacavam violentamente o capitalismo e a moral burguesa. Em razão da militância e da literatura de caráter político, ambos foram presos. Oswald foi cinco vezes para a cadeia e Pagu chegou a ser violentada nos porões da ditadura Vargas. Oswald passou a colaborar no Correio da Manhã, na Folha de S.Paulo e em O Estado de S. Paulo, e em seus artigos combateu ferozmente o Estado Novo. Em 1945, rompeu com o Partido Comunista.
Paralelamente a essas dificuldades, a década de 1930 foi um período economicamente crítico para Oswald, quando pediu bastante dinheiro emprestado e hipotecou alguns bens. Além disso, manteve outros conturbados relacionamentos amorosos.
A única brisa ocorreu em 1942: conheceu Maria Antonieta d’Alkmim, o grande amor de sua vida, com quem se casou em 1943 e com quem teve dois filhos: Antonieta Marília de Oswald de Andrade e Paulo Marcos.

No final da década de 1940, Oswald conheceu os irmãos Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, jovens poetas que liderariam o movimento da poesia concreta. Além deles, Antonio Candido, na época um jovem professor da Universidade de São Paulo (USP) e que viria a se tornar um dos maiores críticos de literatura brasileiros e o grande recuperador e divulgador da obra de Oswald.

Vítima de diabetes, o autor tinha a saúde precária e ao mesmo tempo se agravavam seus problemas financeiros. Prestou concurso na USP para docente, foi aprovado, mas não chegou a dar aula, mantendo apenas o vínculo com a instituição.
Conexão tropicalista
Quem realmente consegue enxergar as idiossincrasias oswaldianas há de saber que ele não apenas produziu literariamente como vanguardista, ele viveu como um. Esteve acima do cárcere da moral burguesa e da opinião alheia. Sua inteligência agudíssima, sua criatividade incomum e sua sensibilidade singular tornaram-no um precursor legítimo da modernidade. Em qualquer lugar do mundo que tivesse nascido e vivido, Oswald reluziria.
Poucos anos depois de sua morte, paradoxalmente, seu tempo chegou: a contracultura e a revolução sexual poriam em prática a liberdade moral e artística pela qual ele lutou. Seus escritos foram pouco a pouco reeditados e tornaram-se objetos de estudo em universidades. Pouco depois, seria estudado nas escolas regulares de ensino médio. Só em 1967, suas peças de teatro ganharam encenações.
O movimento tropicalista, que sacudiu o país no final da década de 1960 e lançou nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa e Os Mutantes, aconteceu confessadamente sob influência do Manifesto Antropófago e de Oswald, que capitaneou a Antropofagia há 80 anos.
Em sua obra, investiu contra aqueles que “fazem da vida um campeonato de tédio edificante”. Foi melhor prosador que poeta, mas, tanto na prosa como na poesia e no teatro, foi um revolucionário.

MANIFESTO ANTROPÓFAGO
Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.

Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.

O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o

mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.

Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.

Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.

Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.

Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy- Bruhl estudar.

Queremos a Revolução Caraíba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem nós a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.
A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.

Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori Villegaignon print terre. Montaigne. O homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução Bolchevista, à Revolução Surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos.
Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.
Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós.
Contra o Padre Vieira. Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão. O rei-analfabeto dissera-lhe: ponha isso no papel mas sem muita lábia. Fez-se o empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro. Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia.
O espírito recusa-se a conceber o espírito sem o corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de meridiano. E as inquisições exteriores.
Só podemos atender ao mundo orecular.
Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem.
Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo vítima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.
Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.

O instinto Caraíba.

Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Cosmos ao axioma Cosmos parte do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia.

Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo.

Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio vestido de senador do Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses.

Já tínhamos o comunismo. Já tínhamos a língua surrealista. A idade de ouro.



Catiti Catiti

Imara Notiá

Notiá Imara

Ipeju



A magia e a vida. Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas formas gramaticais.

Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Mathias. Comia.
Só não há determinismo onde há mistério. Mas que temos nós com isso?

Contra as histórias do homem que começam no Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não rubricado. Sem Napoleão. Sem César.

A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de sangue.

Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.

Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu: – É mentira muitas vezes repetida.

Mas não foram cruzados que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti.
Se Deus é a consciênda do Universo Incriado, Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci é a mãe dos vegetais.

Não tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação. Tínhamos política que é a ciência da distribuição. E um sistema social-planetário.

As migrações. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os conservatórios e o tédio especulativo.
De William James e Voronoff. A transfiguração do Tabu em totem. Antropofagia.

O pater familias e a criação da Moral da Cegonha: Ignorância real

das coisas + fala [sic] de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa.

É preciso partir de um profundo ateísmo para se chegar à idéia de Deus. Mas a caraíba não precisava. Porque tinha Guaraci.
O objetivo criado reage com os Anjos da Queda. Depois Moisés divaga. Que temos nós com isso?

Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade.
Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.

A alegria é a prova dos nove.

No matriarcado de Pindorama.

Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada.

Somos concretistas. As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças públicas. Suprimamos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.

Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI.
A alegria é a prova dos nove.

A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura – ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as puras elites conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz em si o mais alto sentido da vida e evita todos os males identificados por Freud, males catequistas. O que se dá não é uma sublimação do instinto sexual. É a escala termométrica do instinto antropofágico. De carnal, ele se torna eletivo e cria a amizade. Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e transferese. Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados de catecismo – a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.
Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de
Iracema, – o patriarca João Ramalho fundador de São Paulo.

A nossa independência ainda não foi proclamada. Frape [sic] típica de D. João VI: – Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.
Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.

Oswald de Andrade

Em “Piratininga Ano 374 da Deglutição do Bispo

Sardinha” (Revista de Antropofagia, nº 1, maio de 1928).

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Por onde andei...

... andei sumida realmente. O tempo, cada vez mais implacável, não me permite transitar por todos lados. Assim fico em constante débito, ou com a família, ou com os amigos, ou com o namorado, ou comigo mesma.
De qualquer maneira, estive desenvolvendo uma campanha, para faculdade, mas que pode culminar numa realidade muito desejada. O trabalho desenvolvido para uma peça de teatro está ficando muito bacana, e de uma maneira que nunca foi feito em BH. Ainda não posso mostrá-lo, mas aguardem... Surpresas virão.
Um ótimo fim de semana para todos,
bjs

quinta-feira, 12 de março de 2009

Inconstância

Estou doida pra escrever, deixar as palavras preencherem os espaços brancos do papel, mas estou totalmente sem inspiração, parece-me que as idéias não conseguem se ordenar e tomar forma. Uma escassez horrorosa de palavras.
Essa luta diária por novas idéias, tem nos tornado cada vez mais apreensivos. Medo de não dar conta, medo de fazer errado, medo de tornar público nosso medo.
Nesse contexto conturbado procuramos por algo que nos faça esquecer o complexo. uma fuga que muitas vezes nos leva ao consumismo desenfreado... Nem sei bem por que estou falando sobre isso, mas é um mal que tem acometido a sociedade moderna. Segundo Bauman, vivemos numa sociedade de consumo, uma sociedade do esquecimento. Prazeres rápidos, relações fluidas, desejos latentes. Tudo proveniente de nossas insatisfações.
Pensando bem, Bauman tem razão, nossas insatisfações se refletem na coleção de verão, na lingerie para aquela tão esperada noite... sem falar na coleção de sapatos e bolsas. Meus Deus, isso tira qualquer mulher do seu mundo de insatisfações e com certeza eleva seu prazer ao nível máximo, nem que seja por alguns momentos. Por que com certeza, a vida moderna tem nos cobrado tanto que estamos em constante busca. Logo após chegar em casa, guardamos as compras, e já estamos pensando em um novo objeto de prazer. É continuamente assim, um cíclo. Mas será que há alguns anos atrás as coisas eram diferentes? Ou sempre existiu esse consumismo? Ao que me parece o que mudou foi o modo de vida, a cultura, assim, se temos mais indústrias, mais serviços, mais pessoas para consumirem, mais necessidades básicas, logo, o aumento desenfreado dessa sociedade é consequência. Mas isso é outra história, aí vem os antropólogos como Lívia Barbosa e começa analisar o indivíduo, e diz que há muito mais no ato de consumir que podemos imaginar.
Aqui entre nós, mesmo com todos esses profissionais estudando nosso comportamento, não há nada melhor que comprar, mesmo tendo dentro do seu armário 235 pares de sapato, 160 bolsas e um tanto mais de roupas e lingeries. E uma insatisfação que não acaba nunca.
Mulher é bicho estranho mesmo...

terça-feira, 10 de março de 2009

Sobre Nelson Rodrigues

Desvendar os mistérios do "anjo pornográfico" é tarefa deliciosa, pois ainda hoje, suas personagens envolvidas em relações incestuosas, traições, mentiras e comportamentos à beira da loucura são um tapa na cara da nossa sociedade.
É um prazer indescritível nos perder nas peças de Nelson Rodrigues, seja as psicológicas, as místicas ou as tragédias cariocas.

A matéria " A idiossincrasia de Nelson Rodrigues", edição 14 da Revista Discutindo Literatura, está imperdível. Infelizmente não está disponível na internet para postar.

Quem tiver a oportunidade, leia.

www.discutindoliteratura.com.br


sexta-feira, 6 de março de 2009

Deu no Jornal

ARTE E ARTESANATO NO VALE DO JEQUITINHONHA
O Ação de amanhã, às 7h40, aborda os 25 anos do Mãos de Minas – organização não-governamental que investe no artesanato produzido no Vale do Jequitinhonha. A iniciativa do projeto representa para boa parte dos moradores da região a possibilidade de inserção no mercado de trabalho e melhoria na qualidade de vida. O apresentador Serginho Groisman conversa com Tânia Machado, diretora da instituição, que lembra como o projeto vem se desenvolvendo ao longo dos anos e explica as atividades que fazem parte dos serviços prestados. Na Rede Globo.

Discutindo Literatura - Edição 14

FÊNIX DAS PALAVRAS





Sobre Clarice Lispector não tenho palavras... Como ela mesma dizia "... para o meu melhor pensamento não são encontradas palavras..."


Meu Deus! o que dizer sobre essa mulher?
Suas personagens, ainda hoje, são o retrato do nosso cotidiano - Mas sua habilidade com a escrita as transformava de uma maneira surpreendente...



"Ela dizia que não era escritora profissional porque só escrevia quando tinha vontade. Não queria compromissos consigo mesma nem com os outros. Assim, mantinha sua liberdade. Felizmente, seu desejo de escrever era constante. Interrompido apenas entre uma obra e outra, quando se dava o tempo de morrer, ao finalizar um livro, e renascer, ao começar outro. Sobre a sua vida pessoal, ela diz, no romance Água Viva: “Eu não tenho enredo de vida? Sou inopinadamente fragmentária. Sou aos poucos. Minha história é viver. E não tenho medo do fracasso. Que o fracasso me aniquile, quero a glória de cair.”
Ler Clarice Lispector é uma aventura de risco. Nas vielas, esquinas e becos de seus escritos, pulsa uma intensidade arrebatadora capaz de levar o leitor a ficar frente a frente consigo mesmo. Trata-se de uma artista de alma insone, e quem respirou seu hálito nunca mais poderá dormir como antes.

Sua obra denota uma solidão absoluta. Pode-se ter a companhia de Clarice Lispector, mas ela jamais pisou a Terra em companhia de ninguém, a não ser a da aterradora sombra de si mesma e de sua consciência hiperdilatada. Ao leitor resta a perplexidade transformadora do contato com uma estranha que o conhece até a medula, que percorre os desvãos do mundo e do ser com uma destreza insuspeita para o limite humano, sem negar as asperezas do caminho, mas sem tombar jamais.

Quando se trata de Clarice Lispector, o caminho não tem volta, seja para o enunciador e suas criaturas, seja para o leitor incauto. O primeiro grande susto que ela promove é o do ponto de vista. Ao abrir um livro de sua autoria, descortina-se aos olhos de quem lê, no mínimo, uma perspectiva inusitada. Lispector quebra o eixo da percepção cotidiana e inaugura um prisma desconcertante. O mais espantoso: sem tratar de algo particularmente extravagante. O habitual desdobrase em transcendências surpreendentes e de tal grandeza, que tudo o que houve antes daquele momento de revelação fica sob suspeita.
Sob seu olhar agudo, o ínfimo parece cósmico; o silêncio, um estrondo. E não importa o quê. O aniversário de 89 anos de uma velha; uma patroa de classe média alta que finalmente adentra as dependências do próprio apartamento onde ficava a empregada demissionária; uma Joana traída; uma dona de casa andando de bonde que avista um cego mascando chiclete na rua;uma galinha fujona que frustra o almoço domingueiro de uma família de subúrbio; uma Sofia que provoca a sabedoria de um professor primário; uma nordestina que tenta a vida na cidade grande. Clarice busca um estremeção qualquer no cotidiano e o expande até a náusea."
Emoção latente
"Seus personagens, gente comum,às voltas com o dia-a-dia magro, sofrem a fissura de um imprevisto qualquer que os transtorna, crispando-os, desequilibrando-os. O que move esse desequilíbrio é a súbita revelação de algo fundamental que permanecia, até então, adormecido.
Uma revelação, uma epifania. Os agentes dessa epifania são igualmente banais: a breve descompostura da velha na solenidade de seu aniversário; a barata asquerosa que aparece súbita do armário nas dependências vazias do quarto de empregada; a gravidez repentina da amante secreta do marido; a galinha que foge, negando-se a ser o almoço da família; a menina que interrompe a aula, desafiando o professor cansado; a velha cartomante que incute na imigrante nordestina a consciência da própria tragédia e, simultaneamente, a esperança.
Os protagonistas das histórias de Clarice são compelidos, então, a uma dolorosa viagem introspectiva que resultará numa transformação íntima radical, de onde emergirão transformados, por vezes sem encontrar lugar “em seus próprios dias”.

A paixão é um elemento fundamental nesse processo de epifania – paixão em seus vários sentidos: de “sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão”; de sofrimento; de amor ardente. As criaturas de Lispector vivem em estado crítico de sensibilidade e de urgência. Sentimentos de solidão, de abandono, de culpa, de júbilo e, sobretudo, de auto-enfrentamento promovem uma ruptura com a imagem que traziam de si e da realidade circundante, revelando a precariedade de sua condição, as carências e, muitas vezes, o que existe para além da falsa estabilidade do cotidiano.

Em sua obra, o narrador em primeira pessoa desnuda-se; o de terceira desnuda seus personagens até a caliça, e o fazem com a compaixão de quem domina a ciência da dor, de quem já desceu ou está descendo aos próprios infernos. Clarice revela o que há de realmente vivo sob a superfície do cotidiano. Seu olhar diabolicamente penetrante fez dela um dos maiores autores intimistas do século 20. A compreensão de sua obra é um esforço contínuo e cada vez mais instigante para estudiosos do mundo inteiro que se debruçam sobre seu mistério.
O instante-jáA escritura de Clarice Lispectoré uma mão poderosa que retém o instante e doma o tempo ao sabor dos caprichos da percepção subjetiva. Logo na primeira página deÁgua Viva, o narrador avisa: “Eu te digo: estou tentando captar a quarta dimensão do instante-já que de tão fugidio não é mais porque agora tornou-se um novo instante-já que também não é mais. Cada coisa tem um instante em que ela é. Quero apossar-me do é da coisa”. Mais adiante, lê-se:“Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada. O que te direi? Te direi os instantes”.

Lispector domina o tempo mediante a captação do seu mais ínfimo fragmento: o instante. A “verdade inventada” do instante guarda na realidade a essência do todo que se fez imperceptível aos olhos baços que abarcam a sucessão convencional dos segundos. Tal captação é obsessiva na obra da autora. O segundo infinitesimal do é, dilatado por ela, ganha uma duração sobrenatural. O tempo real praticamente inexiste, o tempo psicológico é que vigora soberano."

terça-feira, 3 de março de 2009

Discutindo Literatura - Edição 14

Vale à pena ler essa revista - Como o próprio nome diz, "Discutindo Literatura" é um prato cheio para os amantes das letras... Vamos saborear!





UMA REFLEXÃO ÉTICA SOBRE MEDÉIA



Talvez o fato que cause maior estranheza ao leitor moderno de tragédias senequianas seja a coincidência temática com outras obras, mormente com as trágicas gregas, e nesse caso específico com Medéia de Eurípides. Isso ocorre por conta do desconhecimento de alguns conceitos “literários” antigos como imitação e emulação. Esse mesmo tema, após sua primeira apresentação com Eurípides, foi, pelo menos, três vezes retomado por outros autores: Sêneca, no primeiro século de nossa era; Corneille, no século 17, e, mais proximamente, na década de 70, com a montagem da “Medéia brasileira” de Paulo Pontes e Chico Buarque, no musical Gota d’Água. Em todas as versões, a magistralidade do texto cumpre a função precípua da tragédia: o efeito catártico, e, exatamente por isso, nos faz refletir acerca da permanência dos mitos.

Representação poéticaO argumento dessa tragédia – fundado na última parte da lenda de Jasão e Medéia, cujo ciclo inicia com a viagem dos argonautas para conquistar o velocino de ouro e termina justamente com a trágica sina da filha de Eetes, rei da Cólquida (atual Geórgia) – representa o limite a que pode chegar a alma feminina diante da recusa amorosa. Sêneca produz a combinação entre imaginário e real. Faz com que a lenda escorra na realidade e passe a perpetrá-la. Tem-se a nítida impressão de que seus textos não contam uma lenda, mas algo real que pode vir a se tornar lenda.

Com um nome que é cognato do verbo grego cujo significado é engendrar, calcular, produzir, tramar, maquinar, Medéia nasce na Cólquida, região dos ungüentos, dos tônicos e dos venenos. Sua habilidade “farmacêutica” é notória, e dela se utiliza, por vezes, para conduzir suas ações. Por outro lado, suas relações de parentesco não lhe comovem, não se inibe diante da possibilidade de matar um irmão ou trair o pai. Sempre o que a move é o imponderável, o inesperado.
Pontilhada de momentos patéticos, a tragédia adquire contornos interessantes, uma vez que é desvendado logo de início o fato motivador do enredo (o repúdio de Jasão), porém a ação é conduzida para a catástrofe aos poucos, e os acontecimentos soam absolutamente naturais, como fruto da própria necessidade. A protagonista mescla momentos de fúria – como os gritos e as maldições que saem do interior de sua casa ao ser repudiada – com os de uma absoluta racionalidade.

A mistura de horrores e racionalidade é a característica da protagonista. Se, de um lado, se vê fragílima, diante do abandono; de outro, é forte o suficiente para produzir “remédios”para o seu mal. Se, de uma parte, é capaz de voltar-se contra o pai e o irmão; de outra, é capaz de construir aos poucos, “em doses homeopáticas”, sua vingança contra Jasão, seu grande amor. Tais contrastes, que despontam das ações, produzem efeito singular na personagem. Mas, o que a audiência deve pensar sobre Medéia, será fruto do ódio ou da compaixão?


A tragédia de Sêneca, nesse sentido, nos propõe também reflexão ética, dado que nos faz optar ou não por um posicionamento sobre uma circunstância hedionda diante da qual não hesitaríamos nem um instante sequer se observada hoje
na nossa vida cotidiana. Alguém que mata os próprios filhos é inominável. Porém, lá hesitamos por risco e conta de uma efabulação cuja genialidade transcende às expectativas éticas do mundo contemporâneo, ou mesmo do antigo. Não estamos mais diante do “erro” de Édipo. Nela, a catástrofe é calculada, meditada e levada a termo sem qualquer pudor, e, mesmo assim, a dúvida permanece.

Medéia encontra seu caminho, pois antes não sabia o que faria para se vingar. Mais uma vez opera o confronto de duas possibilidades concretas. Dubiedade e duplicidade, esse é o sentido. Seus dois filhos serão, ao mesmo tempo, vingança e instrumento de vingança. Ao enviar seu presente de escusas a Creúsa e a Creonte, utiliza mais uma vez suas habilidades de feiticeira, as mesmas que selam o destino dos próprios filhos, pois ao tomarem contato com o veneno do presente, não poderão mais sobreviver. Simultaneamente, apesar do amargor e da tristeza que isso lhe traz, mata-os e finaliza a segunda parte da vingança, sendo a morte dos meninos a própria vingança contra Jasão.
Sob a perspectiva do mundo grego e romano, é interessante observar o desfecho proposto, uma vez que Medéia não é pólo passivo de punição pelos assassinatos que comete e foge de Corinto na carruagem do Sol. Dessa maneira, movida por um amor desmedido, o mesmo que a colocou contra o próprio sangue duas vezes, Medéia representa e é engendrada pelo binômio amor e ódio no limiar desses dois sentimentos, dessas duas afecções, que ora são patéticas, ora éticas.Além disso, simboliza em essência a capacidade de reação transformadora e de conversão, utilizando-se de sua absoluta racionalidade para dar fim ao seu sofrimento irracional. Na batalha de sua alma, entrechocam-se o desejo de vingança e o amor pelos filhos.
Assim, seja pela absoluta humanidade, seja pela grandeza de sentimentos que dissemina, Medéia pode ser considerada, como quase toda obra de Sêneca, retrato fiel da alma humana, com seus contrastes e devaneios, com sua fúria e seu amor. Nela, o que observamos é o espaço do homem como nós, ou melhor, do mito do homem comum, com limites e profundo realismo de sentimentos.
Paulo Martins é doutor em Letras Clássicas pela FFLCH-USP e professor da mesma universidade.


A APROPRIAÇÃO TEMÁTICACOMO ELEMENTO POSITIVO
Na Antiguidade clássica greco-latina, não havia o conceito de plágio nem de originalidade, que só aparecem no fim do século 18 com a disseminação da imagem do autor como ser diferenciado, que, platonicamente, possui uma relação especial com o divino e, por força de conseqüência, detém uma habilidade ímpar, original e sem precedentes.
Para os antigos, a apropriação temática a título de imitação era salutar e, mais, era uma referência para a observação do engenho (ingenium), capacidade de propor soluções textuais melhores e, nesse sentido, de superar o modelo inicial (aemulatio/emulação). Dessa forma, a teoria autoriza uma aproximação entre êmulos, no caso Eurípides e Sêneca.
A distância entre Sêneca e Eurípides reside justamente na ausência de teatralidade do primeiro em relação ao segundo. As peças de Sêneca, seguramente, foram escritas para serem lidas e não para serem encenadas, o que aristotelicamente retira da estrutura trágica, com a qual deve preocupar-se o tragediógrafo, aquilo que o filósofo grego chamou ópsis, a encenação. Isso, contudo, não impede que seu texto explore aspectos fundamentais como a perfeita construção dos caracteres (os éthe). Suas personagens são extremamente vigorosas e ricas.

segunda-feira, 2 de março de 2009

TV Alterosa | Teatro Alterosa comemora 15 anos

TV Alterosa Teatro Alterosa comemora 15 anos

Um grande Teatro...
Que abre a cortina para grandes artistas
Que ilumina grandes cenários
Que toca, emociona, modifica, seduz o público.
Parabéns ao Teatro Alterosa... Que esse palco sempre diga bis.

domingo, 1 de março de 2009

Deu no Jornal - Família Buarque de Holanda

MEMÓRIA

História de brasileiros
Romance mescla pesquisa e ficção para recuperar a saga dos Buarque de Holanda
Carlos Herculano Lopes

Casa da Palavra/divulgação


Heloísa Buarque de Hollanda com os netos, Álvaro, Luiz, Miúcha, Sergito, Teodoro, Jayme, Chico, Maria do Carmo, Ana Maria e Cristina (ao colo)

Velho ditado diz que todo brasileiro tem um pé na senzala, no engenho ou na igreja. Verdade ou não, no caso dos Buarque de Holanda – uma das mais emblemáticas famílias brasileiras –, os pés estão fincados nos engenhos nordestinos e na sacristia. Isso porque, lá pelos idos do século 18, um padre, Antonio Buarque Lisboa, deu com os costados em Porto Calvo, no atual estado de Alagoas, onde conheceu a mocinha Ana Tereza Lins, filha de um senhor local. Amor à primeira vista, encontros clandestinos e nasce – causando o maior escândalo na época – um menino chamado Manuel Buarque de Jesus. A partir daí, as uniões se sucedem: Buarques brancos se unem à negras e índias e o tempo vai passando, até se chegar ao século 20, com os nascimentos, entre outros ilustres, do historiador Sérgio Buarque de Holanda, do escritor e dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, do cantor e compositor Chico Buarque, de sua irmã Miúcha e da filha desta, Bebel Gilberto. 

Para contar essa saga, outro membro do clã, o economista e engenheiro Bartolomeu Buarque de Holanda, durante mais de 20 anos se viu às voltas com centenas de documentos, inúmeras viagens, pesquisas em cartórios, incontáveis entrevistas, até chegar ao recém-lançado romance Buarque, uma família brasileira. Valeu-se ainda, para fundamentar sua história, de um auxiliar precioso: um diário deixado por uma tia-bisavó, Ana Ursulina Buarque de Nazareth, que registrou relatos ouvidos dos antepassados. 

“Durante esse percurso, tive grande dificuldade devido às más condições de conservação dos nossos cartórios, principalmente no interior de Pernambuco e Alagoas. Muitos documentos estão guardados em sacos plásticos, amontoados nas estantes, corroídos pelas traças”, conta o escritor, que fez suas primeiras pesquisas no Nordeste no fim da década de 1970. Para complementá-las, esteve também em Portugal, onde revirou documentos na Torre do Tombo, no Arquivo Histórico Ultramarino e em vários outros lugares. 

Como não é fácil escrever uma história de família – principalmente quando se pertence a ela – quando se toca nos assuntos mais espinhosos, como as uniões ilícitas, o autor não se estendeu muito, embora não tenha omitido nada. “Foi proposital, para que pudesse falar mais dos personagens”, diz. Mas a narrativa, no todo, não foi prejudicada nesse entrelaçar de lembranças de gerações que se sucedem na formação de um país que ajudaram a construir. Além do mais, como a maioria dos fatos se perdem no tempo, Bartolomeu Buarque, às vezes, se permitiu uma ou outra pitada de ficção, mesmo que a história dos personagens tenha sido fundamentada em documentação cartorial. Conta que a resposta da família Buarque, “que aguardava o livro com ansiedade”, está sendo muito boa”. E a dos leitores também. 

Buarque, uma família brasileira 
De Bartolomeu Buarque de Holanda 
Editora Casa da Palavra, 198 página

sábado, 28 de fevereiro de 2009

"O Homem, as Viagens" - Meu ponto de vista sobre:


Como  Drummond aborda o problema da natureza humana e a importância do texto literário, que transcende o lugar e o tempo no qual foi concebido

“O homem, bicho da terra tão pequeno
chateia-se na terra
lugar de muita miséria e pouca diversão...”

O homem quando faz descobertas acerca de sua própria identidade torna-se incansável em busca de algo maior.
A miséria não é apenas material e sim humana. Nesse momento, começa sua inquietude, conhecer novas terras, inventar novas formas, buscar o desconhecido e se inebriar com o novo.
Após saborear o desconhecido novo, enjoa-se, parte para a próxima busca, e assim sucessivamente. O novo torna-se velho e a busca recomeça.
O auto-conhecimento é a “dificílima” viagem, é a melhor maneira de conhecer seus próprios sentimentos, vontades e sua realidade.

O texto literário exerce um fascínio sobre os leitores, não importa o lugar e o tempo.
É sempre atual e trabalha com questionamentos humanos, as descobertas, a inquietude, os problemas sociais e políticos. De alguma maneira, transforma, acrescenta e torna crítico seu leitor.

O Homem, as Viagens

O homem, bicho da Terra tão pequeno

chateia-se na Terra

lugar de muita miséria e pouca diversão,

faz um foguete, uma cápsula, um modulo

toca para a Lua

desce cauteloso na Lua

pisa na Lua

planta bandeirola na Lua

experimenta a Lua

coloniza a Lua

civiliza a Lua

humaniza a Lua.



Lua humanizada: tão igual à Terra.

O homem chateia-se na Lua.

Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.

Elas obedecem, o homem desce em Marte

pisa em Marte

experimenta

coloniza

civiliza

humaniza Marte com engenho e arte.


Marte humanizado, que lugar quadrado.

Vamos a outra parte?

Claro — diz o engenho

sofisticado e dócil.

Vamos a Vênus.

O homem põe o pé em Vênus,

vê o visto — é isto?

idem

idem

idem.


O homem funde a cuca se não for a Júpiter

proclamar justiça junto com injustiça

repetir a fossa

repetir o inquieto

repetitório.



Outros planetas restam para outras colônias.

O espaço todo vira Terra-a-terra.

O homem chega ao Sol ou dá uma volta

só para tever?

Não-vê que ele inventa

roupa insiderável de viver no Sol.

Põe o pé e:

mas que chato é o Sol,falso touro

espanhol domado.



Restam outros sistemas fora

do solar a col-

onizar.

Ao acabarem todos

só resta ao homem

(estará equipado?)

a dificílima dangerosíssima viagem

de si a si mesmo:


pôr o pé no chão

do seu coração

experimentar

colonizar
civilizar

humanizar

o homem

descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas

a perene, insuspeitada alegria

de con-viver.




Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Voltando à vida real...

O recesso de carnaval acabou...
Voltamos ao nosso mundo de realidades. O trabalho, os estudos, os compromissos, as dores, as felicidades, o amor.
Talvez muitos estejam insatisfeitos com a realidade vivida, e eu digo, viva! Viva com vontade, viva sem medo, viva a simplicidade, viva os segundos. Porque como dizia o poeta, Viver não dói...

Viver não dói

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional.

(Esse poema é atribuido a Drummond, não tenho certeza)

Perfeito!!!
Meus amigos, comentem...
Quero saber o que acham do poema acima, o que pensam do VIVER, no seu mais amplo significado.
Tenham uma ótima quinta-feira, um bom recomeço.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Queen - Essa os amantes do grupo não podem perder




MOMENTO HISTÓRICO NA HISTÓRIA DO ROCK’N’ROLL
Está confirmada para domingo a exibição de show inesquecível do Queen, realizado em 1981, no Fórum de Montreal, no Canadá. A intenção do grupo liderado por Freddie Mercury era gravar documentário sobre a carreira da banda. Em duas noites, os roqueiros lembraram sucessos que se tornaram clássicos. Entre eles, We will rock you, Love of my life, Save me, Bohemian rhapsody, Killer Queen, Another one bites the dust, Somebody to love e We are the champions. No A&E Music, às 22h.

Teatro


Com o fim do carnaval a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança volta à cena.

Vale à pena conferir alguns espetáculos:

"A idade da ameixa", com Ílvio Amaral e Maurício Canguçu e direção de Guilherme Leme, terá sessão extra em 4 de março.




Belíssima iluminação e figurino, interpretação invejável dos dois atores.


"Mulheres de Hollanda", sou suspeita falar. Já vi 10 vezes e não me canso.


Tudo maravilhoso, desde o figurino, as músicas inesquecíveis de Chico Buarque e a atuação das atrizes-cantoras ou vice-versa.
O espetáculo emociona, faz rir, chorar e seduz, te levando para o mundo cênico e real de Chico.
Parabéns P P Cava.


Que nosso palco sempre diga bis...

Carnaval 2009

Mangueira - meu coração é verde-e-rosa
Apesar dos problemas por falta de patrocínio a Estação Primeira de mangueira fez bonito na avenida, com um samba forte e com o enredo baseado no livro " O povo brasileiro", do escritor e educador mineiro Darcy Ribeiro, levantou o público e sonha com mais um título.
Jamelão fez falta e fará para sempre, mas sua irreverência, disposição e energia são inerentes à Mangueira e ao samba brasileiro.

Deu no jornal...

Irmãos de sangue

Novo álbum do compositor e maestro Wagner Tiso constata o parentesco entre o samba e o jazz. Repertório vai de Sinhô a Miles Davis, explorando a riqueza de harmonias e improvisos .
Ailton Magioli

Márcia Foletto/Divulgação

Claro que o samba invadiu primeiro as veias de Wagner Tiso, embora não fosse o repertório preferido dele na juventude. “Tinha Ary Barroso, Noel Rosa e outros nomes que as bandas de Três Pontas tocavam. Mas, quando jovem, eu estava mais ligado em outras coisas, embora já gostasse de Frank Sinatra, de Nat King Cole e das big bands”, relembra o maestro e integrante do Clube da Esquina. Com a chegada de Ray Charles à cena, ele passou a entender melhor as harmonias – era algo diferente, que desaguava no jazz, gênero que Wagner só veio a conhecer efetivamente em Belo Horizonte, na década de 1960, época em que começou a se apresentar na noite com Milton Nascimento. “Foi quando ouvi John Coltrane, Miles Davis e outros jazzistas que não escutava no Sul de Minas”, recorda o pianista, compositor e arranjador. Quase 50 anos depois, Wagner Tiso encerra a primorosa trilogia em que revisita sua memória musical com o disco Samba e jazz – Um século de música (Trem Mineiro). Digno do talento e da maturidade do artista, o projeto foi iniciado com o CD Debussy e Fauré encontram Milton e Tiso, em 1997, seguido de Tom Jobim Villa-Lobos (2000) – ambos gravados com a orquestra Rio Cello Ensemble. No Rio de Janeiro, para onde se mudou em 1965, Wagner Tiso tomou consciência sobre o que o samba realmente significava – muito além das canções-exaltação de Ary Barroso. “Foi ali que comecei a me enturmar com o chamado samba de meio de ano, que não é de carnaval. Adorei, comecei a ouvir sambistas de todas as épocas”. A descoberta do parentesco entre o samba e o jazz veio à tona à medida que ele se aprofundava naquele repertório. “Além da influência negra, a harmonia europeia aproxima os dois gêneros”, observa, salientando que a bossa nova é o modelo de samba em que isso é mais notado. “Foi por meio da bossa que o samba se modernizou. Mas a gente já tinha compositores ‘parentes’ de Nova Orleans, como Pixinguinha e Sinhô. Eles ouviam o que se tocava na terra do jazz”, informa o maestro. Não por acaso, em 1917 foram gravados os primeiros discos de samba (Pelo telefone, de Donga e Mauro de Almeida, no Rio) e de jazz (Tiger rag, da Dixieland Jazz Band, formada por músicos brancos de Chicago, nos Estados Unidos). Com Samba e jazz – Um século de música, Wagner Tiso mostra os dois gêneros em recorte que privilegia os anos 1920-1960. “Ambos têm a mesma origem. O jazz, mais que o samba, usufruiu muito da harmonia europeia. Mas o samba também, pois gerou a bossa nova, que, por sua vez, tem muito da harmonia do jazz”, reforça. As 12 faixas do CD foram divididas entre composições de Sinhô (a inédita Volta a palhoça), Ary Barroso (Inquietação e É luxo só, parceria com Luiz Peixoto), Nelson Cavaquinho (Folhas secas), Zé Keti (Opinião), Chico Buarque (Samba de um grande amor) e Paulinho da Viola (Quando o samba chama) e as homenagens do maestro aos jazzistas Count Basie (Shinny stockings e April in Paris), John Coltrane (Naima), Bill Evans (medley de Smoke gets in your eyes, What is there to say e Young and foolish) e Miles Davis (Tune up e Solar).

SAMBA & JAZZ
Agenda
São Paulo
Teatro Fecap. Em 20, 21 e 22 de março Solistas convidados: Nivaldo Ornelas, Victor Biglione e Nicolas Krassik e Paulo Moura
Rio de Janeiro
Mistura Fina, 24 de março Centro Cultural Carioca, 25 de março Solistas convidados: Paulo Moura, Victor Biglione, Nivaldo Ornelas e Nicolas Krassik
Belo Horizonte
Teatro Sesiminas, 26 de março Solistas convidados: Victor Biglione e Nivaldo Ornelas

Memórias...

Tudo ficou pra trás. A necessidade de viver continua latente e as lembranças não fazem mais parte do eu real. Esse é o tempo da continuidade, das novas aventuras.
O início de uma nova loucura...
Esse princípio é passível de novos ensaios, é uma busca constante por uma música que toque seus ouvidos , um filme que valha à pena, um livro que a faça transcender o real, uma peça que lhe permita apresentar todas as suas personas, uma taça de vinho que a deixe inebriada, uma noite de amor que eleve seu lado fêmea, uma palavra rasgada que transforme sua vida permissiva em pequenos fragmentos.

Bem-vindos ao Inhotim

Essa beleza faz parte da nossa história, não tenham medo, entrem e apaixonem-se por esse paraíso. Ao mesmo tempo bucólico e contemporâneo, nos leva à reflexão e nos permite transcender o imaginário. Lindo... Lindo... Lindo...





terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Propagandas que ficaram na Memória...

Garoto Bilhetinho

Vocês se lembram do garoto-propaganda mais famoso do Brasil?

Bombril Velha surda

Bombril Surfista

Essa merece aplausos...

Brahma Feliz Ano Novo

Algumas coisas ficaram na memória...

... bom, depois que perdi todas as postagens que tinha feito com muito carinho, fiquei extremamente desanimada a continuar, mas ao ver visitas até do Kuwait no meu blog entendi que seria uma falta de respeito receber uma visita e não ter nada para oferecer. Dessa forma, resolvi recomeçar esse blog com o entusiasmo de sempre.
Vou resgatar algumas coisas que já estavam postadas, e outras vou ficar devendo, pois não consigo me lembrar de tudo que tinha feito até hoje.
De qualquer maneira a intenção é a mesma, falar de arte, cultura, lazer, publicidade, teatro, música, dança e tudo que possa transformar de alguma maneira, quem por ventura me fizer uma visita.

Sejam bem-vindos...

Desculpas...

Gente,

Tive um problema e perdi todas as minhas postagens.
Em breve estarei com tudo funcionando novamente.

Bjs

sábado, 21 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Para descontrair - Propaganda contra o estresse

Em cena...

Brinquedo proibido, uma avalanche de sentimentos, dores doída na alma e na pele. O fluxo desse caminho é transversal à costumeira realidade...

















Áridas Flores


... Tempo de dor, de busca, de promessas não cumpridas, de faca cortante tatuando em sua alma as cicatrizes do tempo...






Dramas de Martins - Dona Leonor Teles, mulher ambiciosa, manipuladora e apaixonante. A rainha de Portugal do final do século XIV me fez crer que os elementos que compõe um personagem como ela são demasiadamente deliciosos.















Com o diabo no corpo
comédia com personagens marcantes...