LUXÚRIA
Quem
ainda não leu, vale despir dos sentimentos puritanos e se entregar a essa
leitura, que é bastante interessante.
Gosto muito desse trecho:
“Eu era
louca por meu irmão, ensandecida, fanática, quem falava qualquer coisa dele
virava meu inimigo. Ele era lindo, parecia comigo, só que mais bonito ainda,
era grande como eu, tinha os mesmos lábios, os mesmos olhos verdes, um bigode
indizível, desses que descem pelas comissuras quase como o dos mongóis do
cinema, só que mais cheio e menos comprido, era a pessoa mais carinhosa que se
possa conceber, tinha um canto de olho enrugadinho como eu nunca vi em ninguém,
a voz só um tantinho rouca, mas forte, os pés enérgicos, suaves, doces,
violentos, tinha as mãos mais sexy que alguém pode ter, tinha uma bunda
esplendorosa, não há palavra para descrever aquela mistura realmente inefável
de masculinidade e feminilidade, aquele jeito de deitar de bruços com as pernas
dobradas, aquele sorriso entre maroto e tímido e no fundo resoluto, uns dentes
como nunca houve dentes, esporrava mais longe e fartamente do que jamais algum
homem esporrou, tinha um pau lindíssimo, delicado e ao mesmo tempo afirmativo e
mais duro do que a consciência da Alemanha, tinha uma inteligência acachapante,
umas virilhas de cheiro inebriante, os cabelos mais macios do planeta, uns
grunhidozinhos impossíveis de imitar, umas caras tão lindas na hora de trepar —
e olhe que já vi as mudanças de cara na hora de trepar mais espetaculares, como
é bela a mudança de cara na hora de trepar, é o conhecimento absoluto –, tinha
orgasmos pelos peitos igual a mim, orgasmos completos, tinha um ofegar inimitável
na hora de gozar, tinha a melhor trilha sonora de que já participei, tinha um
umbigo irrepreensível, entre pêlos mais macios que barriga de ovelha, tinha o
melhor nariz que já entrou pelas minhas pernas acima, um cangote irresistível,
tinha um saco que dava imediata vontade de beijar e lamber e que me fazia gozar
quando esfregava a cara nele, tinha um jeito de bater punheta para gozar na
minha boca só na última hora que até agora me deixa endoidecida, tinha uma
maneira de me penetrar por trás que eu nunca esqueço, oferecendo lindo seu pau
ereto para que eu chupasse e molhasse e depois metendo tudo dentro de mim, eu
de quatro e ele amassando meus peitos e me xingando e fazendo questão de puxar
o pau para meter de novo devagar até o fundo e mordendo meu pescoço e me
puxando pelos quadris e eu abrindo a bunda com as mãos para ele me meter ainda
mais fundo, ele tinha tudo, tudo, tudo, ele me comeu de todas as formas que ele
quis, e eu também comi ele, eu adoro meu irmão, nunca mais a vida foi a mesma
coisa, ele estava sempre, ele era sempre, eu nunca podia ficar só porque ele
existia, ele era minha referência e meu parceiro básico, meu macho e minha fêmea,
ele me deixava molhada todas as vezes em que me tocava, ele anunciava que ia
gozar em mim como um césar em triunfo, me elogiava antes, durante e depois, o
pau dele pulsava em minha boca antes de ele gozar, todas as minhas entradas
palpitavam antes de ele meter, eu subia para o céu quando ele levantava meu
traseiro e me transfigurava numa potranca sendo enrabada pelo puro-sangue seu
irmão, o único que sonhe ser tudo, macho, puto, fêmea, descarado, sádico,
masoquista, mentiroso, verdadeiro, lindo, feio, disposto, preguiçoso, lindo,
lindo, lindo, lindo, meu irmão Rodolfo.”