segunda-feira, 21 de maio de 2012
Ontem, apesar de todo cansaço, não
consegui adormecer rapidamente. Por algum tempo, um tempo não cronológico, mas
um tempo poeticamente intrínseco em mim, virei de um lado para o outro da cama.
Acendi meu pequeno abajur azul.
Lá estavam meus livros, minha boneca de
porcelana e alguns lisiantos brancos.
A penumbra dilatou a alma inquieta
que vive em mim. E meu travesseiro me torturava os pensamentos.
Cheguei a pensar no poder de sedução
daquela flor, tão delicada e tão resistente ao mesmo tempo. As pétalas
aveludadas como uma pele macia e quente.
Encanta-me, com suas formas, cores,
aromas e espinhos. Porque até a espécie mais delicada possui sua autodefesa.
Assim, como nós.
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