Homem Desconhecido
Era
uma bela tarde de outono, o vento delicadamente soprava as folhas secas das
árvores, que nessa época do ano se tornam ainda mais bonitas. O céu estava
majestoso, um tom de vermelho alaranjado que só o pôr do sol do outono nos
oferece.
Por
alguns instantes pude sentir o calor do seu corpo me aquecendo. Dois corpos
entrelaçados, suados, encharcados do melhor prazer. Suas mãos deslizavam
suavemente por todo meu corpo, despertando cada pedacinho e me abrindo os
poros. Fui à loucura quando senti sua boca beijando meus seios. Fizemos
amor. Ou apenas nos permitimos o prazer corpóreo.
E
depois de tudo, o desejo continuava latente. Pulsando. Gritando por aquele
homem desconhecido que passeava pelos meus sonhos.
Quando
dei por mim, estava ali. Sentada naquela praça. Apenas sonhando. Apenas
desejando. Apenas lembrando do que não havia acontecido. A lembrança daquele
homem não me saia da cabeça. Em tudo via seu sorriso, seu rosto, a cor da sua
pele. E a cada dia o desejava mais forte. Desejo intenso de acariciar seu
rosto, de tocar com os lábios sua boca, de sentir seus braços fortes me
envolvendo em seu abraço. Desejo intenso de possuí-lo. Apenas desejo.