sábado, 14 de agosto de 2010

Minha alma chora

Estava aqui pensando em como começar a escrever, parece-me que as palavras fugiram. Esse lugar me remete às lembranças mais inquietas. Sei lá, acho que esse momento requer muita concentração, você planeja uma coisa, investe nessa coisa, e essa coisa não acontece. Tudo muito estranho.  Esse fardo tem pesado minha alma, cansada! Minha alma está sangrando. Mas não se assuste. Nada que um vampiro qualquer não possa resolver.  Está em dolência. Uma dor provocante, que me fere, que me paralisa. Um dispêndio de energia fora do comum. Isso tem me consumido até as tripas, estou pálida diante dessa situação. Sempre assumi com muita naturalidade as mudanças, mas agora, tudo é tão diferente, parece que é muito mais importante. Não sou mais aquela menina inconseqüente, sou uma mulher cheia de dúvidas. Uma mulher... com responsabilidades.
E esse cheiro de terra molhada me faz pensar na possibilidade da vida. Do surgimento. Da criação. Do gozo. Da natureza humana. Acredito que esteja nascendo um novo ser dentro de mim. Alguém diferente de mim. Também, eu nunca quis ser igual, não haveria de ser agora. Mas tinha que ser tão diferente? Tão mais imponente? Tão melhor que eu?
Eu que nunca me permiti o medo, agora tenho medo que esse novo ser, seja tão mais importante que eu. Nunca fui dada a esses sentimentalismos. Sempre fui mais prática. Logo eu que não chorava, que estava acima do bem e do mal. Logo eu... Estou diante de mim mesma, em prantos. Agora vejo a impossibilidade de ser, apenas ser.
Estou em lasso puro.