domingo, 5 de setembro de 2010

Admito que sou estranha. E como já disse algumas vezes, nunca me entendi direito. Mas para quê o entendimento, se não sou capaz  de te fazer compreender o mais doce dos sentimentos?
Talvez meu caminho seja transversal ao seu. Talvez eu seja a interrogação na sua luta diária. Talvez eu seja seu medo. Seu receio. Sua dúvida. Sua incompreensão. Seus segredos inconfessos. Sua vontade. Seu desejo latente. Seu Tesão. Seu gozo em fúria. Seu pecado. Seu caminho. Sua paz. Sua dor de cabeça. Sua virtude. Sua insônia. Seu amor mais puro. Seu pesadelo. Seu delírio. Seu fogo. Sua saliva. Sua carne. Sua dor de estômago. Sua indigestão. Sua inquietude. Sua fruta proibida. Suas vísceras abertas. Seu anjo. Seu grito mudo. Seu choro. Seu amargo. Seu doce. Sua tatuagem mais intensa. Sua definição. Sua música. Sua paixão. Seus pensamentos impuros. Sua porta mais escancarada. Sua castidade. Sua saudade.
Talvez eu seja apenas a mulher que carrega os sete pecados capitais, as sete maravilhas do mundo, as sete cores do arco-íris. A chuva. O cheiro da terra molhada. O surgimento da vida. O sol. A seca. A dor pela falta de água.
A ansiedade afinada. O desejo reprimido. A desorientação.
O que sou não sei. Mas estou apavorada. Exausta. Completamente perdida.
Quero apenas te dar a compreensão do pouco que sei. Quero te mostrar que existe um sentimento doce. Que eleva. Que permite. Que faz compreender. Que faz feliz. Que faz viver. Que faz sorrir à toa. 
Quero apenas te dar a palavra mais certa.
Quero apenas, que diante de tudo, seja capaz de se encontrar no amor.