Parece-me que o tempo
parou desde a última vez que nos falamos. Mas é estranho como percebo os
ponteiros do relógio na mesma angústia urgente das horas, minutos e segundos.
Pulsando feito um coração aflito.
Então é claro que o tempo
não parou, que nada permaneceu como antes.
A lua desceu sobre o sol,
a noite sobrepôs o dia, o outono carregou as folhas secas, o inverno se prepara
para chegada da primavera. E eu, eu permaneço insólito.