domingo, 14 de dezembro de 2014

É inevitável não pensar alucinadamente na existência humana.
Sinto-me um pontinho escuro na clara ilusão atmosférica, como ar sufocante na vênula. É claro que ainda palpita, incessantemente. Como os sinos que badalam ao meio dia, despretensiosamente.
Clara atitude
Meio raso
Superfície dilacerada
Garras afiadas
Estou perdidamente desapropriada. Não sei onde começo e preciso perder-me para encontrar meu princípio.
Não pertenço a este lugar, sou uma estranha que acorda todos os dias comigo.
Sinto dores nos ossos, na pele e n’alma como se tivessem me amputado o coração.
Sinto meu sangue jorrando, me esvaziando como as nascentes áridas de oxigênio.
“Sinto sede de infinito.”
Sinto, mas tenho que te dizer: Preciso partir.
Necessário o sui caedere para dentro de mim. É preciso pular nesse imenso abismo dentro de mim.
Apropriar-me daquilo que realmente sou. Respirar aquele sopro de vida que ainda me resta.
E quando eu me for, tenha certeza, estarei mais infinita e plena como a raiz da íris, a “nota de coração” dos raros perfumes.