domingo, 14 de dezembro de 2014

É inevitável não pensar alucinadamente na existência humana.
Sinto-me um pontinho escuro na clara ilusão atmosférica, como ar sufocante na vênula. É claro que ainda palpita, incessantemente. Como os sinos que badalam ao meio dia, despretensiosamente.
Clara atitude
Meio raso
Superfície dilacerada
Garras afiadas
Estou perdidamente desapropriada. Não sei onde começo e preciso perder-me para encontrar meu princípio.
Não pertenço a este lugar, sou uma estranha que acorda todos os dias comigo.
Sinto dores nos ossos, na pele e n’alma como se tivessem me amputado o coração.
Sinto meu sangue jorrando, me esvaziando como as nascentes áridas de oxigênio.
“Sinto sede de infinito.”
Sinto, mas tenho que te dizer: Preciso partir.
Necessário o sui caedere para dentro de mim. É preciso pular nesse imenso abismo dentro de mim.
Apropriar-me daquilo que realmente sou. Respirar aquele sopro de vida que ainda me resta.
E quando eu me for, tenha certeza, estarei mais infinita e plena como a raiz da íris, a “nota de coração” dos raros perfumes.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

O silêncio da noite tem gritado tua ausência. Como se eu estivesse despertado de um sono profundo e paralisante. Foi sim, um período de ostracismo. 
Os ponteiros pararam. 
A vida seguia em "slow". 
E você "so far away". 
Agora, aqui, tão perto, tão dentro.
Tão profundo em mim. Sinto ainda, como a primeira vez, teu gosto, teu cheiro. E o mundo girando ao meu redor, como se mais nada existisse além de mim, de nós e de todas as borboletas metamorfoseando em mim um misto de amor e paixão.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Após um longo período de inverno, hoje o dia amanheceu verão em meu quarto.
O sol invadiu despudoradamente pela janela e me fez despertar com calor e música. Minha anatomia inteira está em festa e há tempos não sentia em meus poros todos os melhores sentimentos do mundo.
Não que a vida esteja assim... Tão bela. Mas sempre há aquela porção mágica, que te faz sentir como se o teu mundo particular fosse melhor que qualquer outra coisa lá fora.
Contida e transbordante - é sim uma dicotomia - a exuberância da vida.
E com toda certeza, o inverno terá em sua essência o perfume da primavera e a renovação do outono,
porque hoje sou inteira calor... E amor!