segunda-feira, 28 de outubro de 2013

“E ela não passava de uma mulher... inconstante e borboleta.”

Estou terrivelmente inconstante. É bem verdade que tenho vivido momentos de alegria intensa. Mas por trás daquele sorriso há sempre uma dor atravessada. Latejando. Insistindo em doer. Porque até meus sentimentos mais íntimos estão expostos aos palcos gregos.
Vem de lá.
Sim.
Vem daquele berço minha estrutura completa. Minha alma carregada. Meu sorriso triste. Minha dor abaixo da espinha.
Trago comigo uma bagagem insuportável de carregar. Porque sim, sempre fui de brigar. Este é meu jeito de ordenar as coisas. Brigando. Obrigando-me a suportar aquilo que ninguém mais suportaria.
Sou assim mesmo, contraditória. Explosiva nos momentos mais solenes.
Contida naquele átimo de segundo para não se deixar golpear o coração.
Talvez eu tenha que aprender a ceder mais. Ser menos teimosa.
Talvez eu tenha que sair do meu mundo para simplesmente, viver no seu.
Metamorfosear você.

E apenas deixar a música tocar, assim, como o vento.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013


Você é vento que me sopra suave, que apesar de vento, aquece meus pensamentos. 

Que me faz sonhar a lua e acordar o sol. 
Que me deixa na espera, me faz hera do tempo. 
E posso ser tempo e vento. 
Brisa na tempestade, que te beija, mesmo em pensamento.

terça-feira, 20 de agosto de 2013



Sinto-me tão vazia, quando por vezes, sou abandonada nas tardes de inverno, 
Sinto-me tão sem sentido, quando não posso ser o lugar onde você habita,
Sinto-me despida de qualquer sentimento, quando não posso ser a cama que te abraça, a rua onde você anda.
Fiquei mal acostumada à sua presença, que tem me encharcado de sentimento bom.
Sinto que não pertenço a lugar algum quando não sou capaz de tocar com o pensamento seus lábios.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sim, sinto saudade dos dias em que apenas segurava a caneta e as palavras fluíam. E amiúde adormecia com versos gotejando da minha boca.


Todo silêncio dos últimos meses se cala agora.
Efeito de chuvas torrenciais de angústia e tensão.
Nem sei bem se estive num período de ostracismo. Mas exilei-me. Fechei muitas portas.

Contudo, arranquei o teto e desde então, tenho vivido simplesmente sob as estrelas.  Acredito, especialmente, na luz natural.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Porque apesar de todo sono e das pálpebras pesadas, o silêncio da noite não me deixa dormir.


Mas é preciso recostar a cabeça no travesseiro e sonhar, mesmo que seus olhos estejam abertos.
Parece-me que o tempo parou desde a última vez que nos falamos. Mas é estranho como percebo os ponteiros do relógio na mesma angústia urgente das horas, minutos e segundos. Pulsando feito um coração aflito.
Então é claro que o tempo não parou, que nada permaneceu como antes.

A lua desceu sobre o sol, a noite sobrepôs o dia, o outono carregou as folhas secas, o inverno se prepara para chegada da primavera. E eu, eu permaneço insólito.
Não posso oferecer nada mais que meu silêncio, carregado de nuances e significados.

Meu silêncio é o que tenho de mais precioso, e se falo, é pra contrariar minha língua.
Ando tão sem inspiração para o que eu realmente gosto. A palavra anda seca, sem sumo, sem acidez, sem o amargo doce que tanto me encanta. Minha lingua anda pouco afiada e molhar a palavra tem sido doloroso. Sendo um pouco mais sincera, há em mim uma escassez de palavras e esse branco tem me sufocado. Sim, estou sufocada e mesmo estando num espaço que julgo valer a pena, tem sido um parto diário abrir os olhos e caminhar. Olhar os olhos que me enxergam todos os dias, me faz cega. E me emudeço com o que ouço das pessoas. As pessoas não são sinceras. Mas ainda sim, viver é mágico e inteiramente perigoso.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

sábado, 1 de junho de 2013

E quando vem a noite, ouço o silêncio mortal dos anjos caídos.
Sinto todos os passos convergindo numa mesma direção.
Antecipo o sol e posso tocar a vaziez humana.

segunda-feira, 1 de abril de 2013



Deixa que a noite desça sobre a leveza do amor.

Leve o sentimento que me leva a você

Por ti, derramo-me em veludos raros.

Sopra em teus ouvidos minha boca

E palavras são ditas pra te endoidecer.

Finda em mim os segundos que vivemos no amor

Pela intensidade vale mais que a eternidade.

O amor é mesmo “bicho instruído... Ensina igualmente a ferir e ser ferido”.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013



Desejo a simplicidade o ano inteiro. O amanhecer com dias claros. O aroma vindo da cozinha: café, pão francês, ovo pochê e bacon. A mesa farta de alegria.
Desejo o sol entrando pela janela, a chuva fina fazendo florescer, sorrisos sinceros e a cumplicidade na labuta. Generosidade nas relações, amizade pra se dar, minutos vagabundos para amar e paixões para aquecer.
Desejo a tristeza para escrever, a alegria para viver e a dor para aprender. Livros para viajar, viagens para conhecer, novos sabores para experimentar. Champagne para estourar; vitórias para brindar; cama quente para encostar; carinho; chamego e cafuné para adormecer.
Velas acesas e flores pela casa. Um amigo verdadeiro, um abraço apertado e uma mão estendida.
Compreender, respeitar e perdoar. Errar e acertar.
Caminhar sobre areia fina, molhar o corpo com água salgada, descansar sob a sombra de uma árvore. Sonhar no balanço da rede. Conhecer novas gentes, desvendar segredos, acreditar no outro.
Desejo ser gentil.