segunda-feira, 22 de julho de 2013

Porque apesar de todo sono e das pálpebras pesadas, o silêncio da noite não me deixa dormir.


Mas é preciso recostar a cabeça no travesseiro e sonhar, mesmo que seus olhos estejam abertos.
Parece-me que o tempo parou desde a última vez que nos falamos. Mas é estranho como percebo os ponteiros do relógio na mesma angústia urgente das horas, minutos e segundos. Pulsando feito um coração aflito.
Então é claro que o tempo não parou, que nada permaneceu como antes.

A lua desceu sobre o sol, a noite sobrepôs o dia, o outono carregou as folhas secas, o inverno se prepara para chegada da primavera. E eu, eu permaneço insólito.
Não posso oferecer nada mais que meu silêncio, carregado de nuances e significados.

Meu silêncio é o que tenho de mais precioso, e se falo, é pra contrariar minha língua.
Ando tão sem inspiração para o que eu realmente gosto. A palavra anda seca, sem sumo, sem acidez, sem o amargo doce que tanto me encanta. Minha lingua anda pouco afiada e molhar a palavra tem sido doloroso. Sendo um pouco mais sincera, há em mim uma escassez de palavras e esse branco tem me sufocado. Sim, estou sufocada e mesmo estando num espaço que julgo valer a pena, tem sido um parto diário abrir os olhos e caminhar. Olhar os olhos que me enxergam todos os dias, me faz cega. E me emudeço com o que ouço das pessoas. As pessoas não são sinceras. Mas ainda sim, viver é mágico e inteiramente perigoso.

segunda-feira, 15 de julho de 2013