terça-feira, 1 de março de 2011

Cuidado... Frágil!



Cuidado... Frágil!


Tem sido freqüente minha preocupação com a fragilidade dos laços afetivos. Essa modernidade que nos proporciona uma conectividade cada dia mais veloz, se mostra cada vez mais líquida. Desejos de estreitar os laços, sejam eles amorosos ou  pessoais, são combatidos pela insegurança.
Por vezes, priorizamos os relacionamentos em “redes”, que podem ser compostos sem nenhuma intimidade ou vínculo, e podem, com a mesma facilidade, serem destruídos, bastando apenas apertar a tecla delete. Assim, sem que haja nenhum contato e sem constrangimento, segue a liquefação de sentimentos. Prevalece a relação virtual, fluída.
Esta prática tem prejudicado e muito, nossa capacidade de amar, seja esse amor direcionado à família, ao parceiro ou a nós mesmos.
A julgar pelo nosso estilo de vida consumista e hedonista, muitas vezes tratamos o outro como objeto de consumo, e o seu peso é avaliado de acordo com o volume de prazer que pode oferecer. Somos parceiros na atividade do consumo da alegria, do prazer individual e imediato como finalidade da vida.
Mas, e as relações humanas? E os vínculos afetivos? E o contato físico?
E a nossa capacidade de “amar o próximo como a si mesmo”? Diz Freud (em O mal-estar na civilização) que é um dos preceitos fundamentais da vida civilizada. O que é contraditório com o tipo de  razão  que a civilização promove:  a razão do interesse próprio e da busca da felicidade.
Por mais interessante que seja essa contemporaneidade, e olha que tenho usufruído ferozmente dela, não quero me perder nos relacionamentos de “redes”, não quero afrouxar os laços, não quero que meu senso de humanidade seja prejudicado pela liquidez da modernidade.
O tempo, por mais inexorável que seja, não pode dizimar com nossa percepção, com o tête à tête, com o olho no olho, com o aperto de mão, com o toque, com o sentimento amar.  Mesmo tendo consciência de que este sentimento não se submete tão docilmente a definições.  

7 comentários:

  1. amiga, divido com vc, os mesmos sentimentos... nossas relações tem se tornado cada vez mais fugazes e cabe a nós, um movimento contrário, de retorno aos valores que realmente importam: respeito e convivência com o outro.
    beijos, te cuida.

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  2. Iris, parabéns pelo blog perfect.
    Adoro esta capacidade que voce tem de relatar sobre os sentimentos, amor, pessoas...
    Se virtual ou nao!!
    Mas a certeza é que so vivendo....
    Bjo grande, Aurea Coelho.

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  3. Alê, essa é a idéia: Movimento contrário! Mesmo que seja contraditório. Vivenciar a modernidade sem perder o sabor e o calor das relações.

    E Áurea, este é o combustível que me move: Observar e mastigar a vida, e depois sangrar tudo que eu puder.

    Bjus e obrigada pelo carinho,

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  4. Pelo visto a inspiração voltou... e voltou com tudo! Adorei o texto e concordo com seu ponto de vista. Depois de ler, fiquei pensando por alguns minutos e percebi que eu sofro desse mal. Engraçado que, nos dias de hoje, o que nos une, nos separa... como as redes socias, que apesar de aproximar, facilita cada vez mais o comportamento anti-social. Dosagem é a palavra de ordem! Até amanhã =)

    Sandro Azevedo
    blog24fps.blogspot.com

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  5. Sandro, tem sido inspirador trabalhar com criativos... rss

    Aristóteles nos ensina que não basta conhecer as virtudes. Depois do saber - e a sabedoria é uma virtude moral - é preciso buscar o meio termo.
    Nem o excesso, nem a falta: é preciso encontrar o equilíbrio.

    Isso aí, dosar e ser feliz!

    bjus

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  6. Querida amiga, vc não se perderá, pois tem amigos de verdade. E eles é que nos mantem na realidade, exigem um relacionamento... de verdade e principalmente proporcionam os encontro mais importantes das nossas vidas. Que a rede seja sempre uma boa ferramenta para os nossos encontros como a do sábado passado. bjs Te amo!

    Amanda Belga

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  7. Nossa! Sensacional!
    Amo te ouvir, ler o que diz, imaginar os seus devaneios. Você é uma pessoa incrivelmente abençoada pela arte. A arte de ser diferente, de ser quem você é, de se impor, se expressar e se debruçar naquilo que acredita. Não posso dizer que a vejo crescer, porque estou tão intimamente envolvida com o nosso crescimento conjunto, que seria incapaz de dizer algo dessa natureza. Mas há algo que posso afirmar. Agradeço a Deus por tê-la em minha vida. Tenho muito carinho por você e pelo ser humano que você é. Guerreira, corajosa, alegre. A sua luz brilha qualquer lugar onde você pisa. Parabéns. Bjão enorme. Pat Almeida

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