entre o PROFANO e o Sagrado
Durante uma conversa informal, no trabalho, me veio uma aguçada vontade de escrever sobre o profano e o sagrado. Não foi nada provocativo, falávamos sobre o sagrado, sobre crer ou não. Sobre o medo do desconhecido, sobre os ritos, sobre a “coisa” religiosa.
Não que eu queira falar sobre religião, mas é inevitável falar sobre o sagrado e não mencionar a religião. Embora, minha concepção de sagrado e profano, não seja bem voltada para a religiosidade.
E, definitivamente, andamos numa linha tênue, entre o sagrado e o profano. O bem e o mal. O moral e o imoral. E isto, não se refere necessariamente à igreja, mas sim, aos nossos próprios conceitos morais, que são adquiridos desde a infância, através do meio em que vivemos e das referências da sociedade.
Definir sagrado e profano, requer experiências pessoais e em grupo e envolve o conhecimento que absorvemos ao longo dos anos.
De acordo com o dicionário, sagrado é tudo aquilo que se refere às coisas divinas, à religião; sacro, santo; venerável. O profano por sua vez, é definido como “estranho à religião, secular; contrário ao respeito devido a coisas sagradas.
Pra mim, profano é você não devolver o livro da Clarice Lispector que lhe emprestei, enquanto que pra você, pode ser apenas um ato de esquecimento. Pra você pode ser profano me embriagar com vinho numa noite de lua cheia, mas pra mim, pode ser um momento sagrado, de envolvimento com o deus do prazer. Se você beijar a boca de alguém do mesmo sexo, para alguns, pode ser profano, mas eu considero um ato sagrado de amor puro. É profano falar um palavrão enquanto sua língua quente desce pelas minhas costas? Ah... pra mim é o momento sagrado do ápice do prazer. Interromper uma gravidez é profano? Não seria profano a taxa de mortalidade infantil? Pra mim pode ser profano transar sem camisinha; pra igreja, profano é transar sem a intenção de procriar.
Profano é a fome, a miséria humana, a intolerância, o preconceito, o descaso, o político profissional. Sagrado é o bem estar, a convivência harmoniosa, o prazer, a música, a arte, o conhecimento, a liberdade.
Claro, isto é apenas minha opinião. E, em se tratando de opinião, podem haver divergências.
Falar do profano me fez lembrar de um grande amigo, Abdon Braga (mais conhecido como: bidu! Que não é necessariamente o cãozinho azul, da Mônica... rss). Há algum tempo ele me mandou um texto de teatro, “Bar 7 Pecados”, e logo, me apaixonei. Bom, esta lembrança, me fez querer escrever sobre os 7 pecados capitais, o que combina muito bem com o profano, ou o sagrado, como queiram. Eu, que não sou santa nem nada, vou voltar com meus contos proibidos, claro, começando pela Luxúria. Aguardem...
bem legal ;)
ResponderExcluirMuito interessante será os próximos 7 posts, espero que revelador!
ResponderExcluirMuito bom o texto!
Eu também espero que seja revelador, Henrique! rss...
ResponderExcluirE Pedro, valeu pela visita.
Abs.,