Decidi começar pelo fim. Sim... O caracterizado fim, às vezes me permite imaginar e saborear um início nunca pensado antes. Pensando por esse lado, seria melhor começar tudo pelo fim, assim não teríamos tanto medo da morte anunciada. Já estaríamos mortos antes mesmo de nascer, dessa maneira, íamos ressurgindo e rejuvenescendo, criando asas, conquistando, promovendo, desejando até chegarmos ao início de tudo. E o início era apenas um projeto de gente brincando com bolas de sabão. Mas esse era o início do viver, porque o início da vida, ainda estava por vir. E essa seria a melhor parte.
No início do viver não haveria mais o medo, porque já haveríamos renascido da morte, ganhado o que havíamos perdido. Sarado das doenças do corpo e superado as doenças da alma. Assim, já teríamos transcendido os problemas de gente grande, já teríamos passado pelas dores mais íntimas, já teríamos descasado e já não seríamos mais pais e sim, filhos.
E o melhor de tudo, o amor já teria se transformado em paixão. Porque a paixão é o início de tudo. É o quente, é o ato não pensado, é a falta do medo. Paixão é o movimento circular da vida, é a borboleta metamorfoseando no estômago, é a brincadeira mais gostosa.
Não teríamos nenhuma preocupação, pois já teríamos arcado com as conseqüências do que estaríamos vivendo nesse momento. Não sentiríamos saudade porque reencontraríamos com o motivo desse sentimento.
Se eu tivesse começado pelo fim, agora estaria sentindo a brisa, sentada a beira mar, o leite jorrando na cara e esperando ansiosa pelo o ontem, quando eu estaria banhada pela água morna do leito da vida. Na alma de uma Mulher.
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