terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Você!

Chegou assim, de mansinho como a brisa numa tarde de verão.
Chegou beijando o tempo, impetuoso e urgente.
Veio cálido, mesmo que a madrugada arriscasse o frescor da juventude.
Despiu-me despudoradamente dos pensamentos arcaicos.
Adentrou em mim com perfumes e um silêncio ensurdecedor.
Trouxe para as noites vazias aconchego e desejo inflamado.
Permanece aqui, meio inocente meio voraz
Com certo ar lacônico que o faz enigmático.
Aspiro durante o dia teu silêncio
E decifro toda madrugada teu mistério.

Por cheiros, suspiros, música e alma – tudo em você me acalma.

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