segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Aviso da Lua que menstrua

Aviso da Lua que menstrua

Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofando
cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Vaca e galinha...
ora, não ofende. Enaltece, elogia:
comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite
pensando que está agredindo
que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!

De Elisa Lucinda

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Trecho do livro “Memórias de Minhas Putas Tristes” – de Grabriel García Márquez
           

No ano dos meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar aos seus bons clientes quando tinha alguma novidade disponível. Nunca Sucumbi a essa nem a nenhuma de suas muitas tentações obscenas, mas ela não acreditava na pureza de meus princípios. Também a moral é uma questão de tempo, dizia com um sorriso maligno, você vai ver. Era um pouco mais nova que eu, e não sabia dela fazia tantos anos que podia muito bem estar morta. Mas no primeiro toque reconheci a voz no telefone e disparei sem preâmbulos:

__ É hoje.

Ela suspirou: Ai meu sábio triste, você desaparece vinte anos e volta só pra pedir o impossível. Recobrou em seguida o domínio de sua arte e me ofereceu meia dúzia de opções deleitáveis, mas com um senão: eram todas usadas. Insisti que não, que tinha de ser donzela e para aquela noite. Ela perguntou alarmada: Mas o que é que você está querendo provar a si mesmo? Nada, respondi, machucado onde mais doía, sei muito bem o que posso e o que não posso. Ela disse impassível que os sábios sabem de tudo, mas não tudo: Virgens sobrando nesse mundo só as do meu signo, dos nascidos em agosto. Por que não encomendou com mais tempo? A inspiração não avisa, respondi. Mas talvez espere, disse ela, sempre mais sabichona que qualquer homem, e me pediu nem que fossem dois dias para revirar o mercado a fundo. Eu repliquei a sério que numa questão dessas, e na minha idade, cada hora é um ano. Então não tem jeito, disse ela sem o menor fiapo de dúvida, mas não importa, assim é mais emocionante, merda, deixa que eu telefono em uma hora.

  Não preciso dizer, porque dá pra reparar a léguas: sou feio, tímido e anacrônico. Mas à força de não querer ser assim consegui simular exatamente o contrário. Até o sol de hoje, em que resolvo contar como sou por minha livre e espontânea vontade, nem que seja só para alivio da minha consciência. Comecei com o telefonema insólito a Rosa Cabarcas, porque visto de hoje, aquele foi o início de uma nova vida, e numa idade em que a maioria dos mortais está morta.            

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Tragédia Shakespeariana - A. C. Bradley









O PAÍS* CONSEGUIU IGNORAR ESTA OBRA POR MAIS DE UM SÉCULO

Este livro, amplamanete conhecido pelos estudiosas de Shakespeare, com inúmeras edições pelo mundo afora, somente agora recebe sua primeira publicação no Brasil!!!!. O livro foi publicado em 1904 pela primeria vez - o  Brasil conseguiu passar todo o século XX ignorando esta obra - considerada por muitos críticos como de fundamental importância para o estudo das peças de Shakespeare. Livro de grande importância para as pessoas que desejam uma compreensão mais abrangente das principais tragédias escritas porShakespeare, traz estudos, em forma de palestras, das quatro grandes tragédias: HamletOteloRei Lear e Macbeth.
O autor, Andrew Cecil Bradley ampara suas observações no conhecimento que possui da tragédia grega, demonstrando a diferença do herói shakespeariano em quem cárater não é destino, mas sim um emaranhado de motivações  diversas, sejam psicológicas, sociais e, até mesmo de acordo com suas crenças, ligadas ao mundo sobrenatural: exatamente o mesmo ser humano que continuamos a presenciar na sociedade atual. Ele interessa-se pela alma do personagem. Assim, Bradley foi o primeiro a tratar os personagens de Shakespeare como figuras humanas tridimensionais capazes de refletir a essência daquilo que denominamos o humano. A Tragédia Shakespeariana é uma das fontes utilizadas por Harold Bloom, um dos críticos literários atuais mais influentes, autor de Shakespeare - A Inveção do Humano.
Podemos ler em sua biografia: " Apesar de Bradley ter sido criticado algumas vezes por escrever sobre os personagens de Shakespeare como se eles fossem pessoas reais, seu livro é, provavelmente, o trabalho mais influente da crítica shakespeariana jamais publicado. O livro já recebeu inúmeras reimpressões e já foi objeto de estudo do livro de Katherine Cookee intitulado: A. C. Bradley and His Influence in Twentieth-Century Shakespeare Criticism." 

* Refiro-me ao universo editorial brasileiro pois, estudantes da obra de Shakespeare, há muito tempo tem conhecimento da existência da obra.


Análise Concisa de Fácil Leitura

Meu primeiro contato com a obra de Bradley, foi no final da década de 70 inicio de 80, na universidade de GlasgowApesar das limitações de um estudante iniciante nos primeiros contatos com um idioma estrangeiro, a leitura desta obra não estava entre as mais difíceis que roubavam horas do meu sono adolescente. Bradley apresenta o texto em forma de aulas ou conferências como foi traduzido aqui, o que a meu ver produz maior proximidade com o leitor:
"Vamos agora nos voltar para Otelo e considerar por um breve momento seu excepcional esquema de construção. A vantagem desse esquema é evidente. ...não há risco de que ela se arreste, nenhuma queda indevida ... A tensão é extrema, relaxada apenas em breves momentos para permitir um mínimo de alívio. A partir do momento em que Iago começa a envenenar a mente de Otelo, prendemos a respiração...." (trecho da página 46 da tradução brasileira).
"É fundamental que nos demos conta da intensidade, e também (o que não tem sido reconhecido com suficiente clareza) dos limites, da imaginação de Macbeth. Não se trata da imaginação reflexiva e universal de Hamlet. Ocorreu-lhe ver no homem, como a Hamlet em certos momentos, a "quintessência do pó"; mas devia ser, a qualquer tempo, incapaz das meditações de Hamlet sobre a nobre razão e a faculdade infinita do homem..." (trecho da página 270 da tradução brasileira).


O exitencialisamo de Shakespeare

Para Bradley, Rei lear é a tragédia mais cruel. Nem mesmo Iago se aproximadas filhas de Lear nessa tragédia em que a humanidade é reduzida à condição de massa asquerosa, frágil e bestial. Conclui que Shakespeare, um autor que que raramente menciona Deus ou os deuses, pode ter sido o que hoje se chama de um existencialista, mesmo que o termo existencialismo não existisse ainda na época em que escreveu seu trabalho.
“Shakespeare tornou-se o grande mestre da sondagem do abismo existente entre o ser humano e seus ideais.” - Harold Bloom em Shakespeare – invenção do humano.
Vale a pena conferir.

http://omundoeumpalco.zip.net/arch2009-05-24_2009-05-30.html

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu queria amar o que eu amaria - e não o que é. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim.Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente.Talvez eu tenha que chamar de "mundo"esse meu modo de ser um pouco de tudo. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário(...). Eu que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu." C.L

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Alguém me arruma um pouco mais de sentimento? Os meus não são suficientes para enaltecer o Ser Amado. Sinto-me vazia!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Deixa o vento soprar, a brisa me beijar. Deixa o frio passar, seus abraços me esquentar. Deixa o amor chegar, meu coração apaixonar.




domingo, 5 de setembro de 2010

Admito que sou estranha. E como já disse algumas vezes, nunca me entendi direito. Mas para quê o entendimento, se não sou capaz  de te fazer compreender o mais doce dos sentimentos?
Talvez meu caminho seja transversal ao seu. Talvez eu seja a interrogação na sua luta diária. Talvez eu seja seu medo. Seu receio. Sua dúvida. Sua incompreensão. Seus segredos inconfessos. Sua vontade. Seu desejo latente. Seu Tesão. Seu gozo em fúria. Seu pecado. Seu caminho. Sua paz. Sua dor de cabeça. Sua virtude. Sua insônia. Seu amor mais puro. Seu pesadelo. Seu delírio. Seu fogo. Sua saliva. Sua carne. Sua dor de estômago. Sua indigestão. Sua inquietude. Sua fruta proibida. Suas vísceras abertas. Seu anjo. Seu grito mudo. Seu choro. Seu amargo. Seu doce. Sua tatuagem mais intensa. Sua definição. Sua música. Sua paixão. Seus pensamentos impuros. Sua porta mais escancarada. Sua castidade. Sua saudade.
Talvez eu seja apenas a mulher que carrega os sete pecados capitais, as sete maravilhas do mundo, as sete cores do arco-íris. A chuva. O cheiro da terra molhada. O surgimento da vida. O sol. A seca. A dor pela falta de água.
A ansiedade afinada. O desejo reprimido. A desorientação.
O que sou não sei. Mas estou apavorada. Exausta. Completamente perdida.
Quero apenas te dar a compreensão do pouco que sei. Quero te mostrar que existe um sentimento doce. Que eleva. Que permite. Que faz compreender. Que faz feliz. Que faz viver. Que faz sorrir à toa. 
Quero apenas te dar a palavra mais certa.
Quero apenas, que diante de tudo, seja capaz de se encontrar no amor.

sábado, 21 de agosto de 2010


‎"Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos.´(C.L.)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Meus pensamentos me dão vertigem. Essa ansiedade mais parece um cavalo indomável dentro de mim, querendo sair a todo custo.

sábado, 14 de agosto de 2010

Minha alma chora

Estava aqui pensando em como começar a escrever, parece-me que as palavras fugiram. Esse lugar me remete às lembranças mais inquietas. Sei lá, acho que esse momento requer muita concentração, você planeja uma coisa, investe nessa coisa, e essa coisa não acontece. Tudo muito estranho.  Esse fardo tem pesado minha alma, cansada! Minha alma está sangrando. Mas não se assuste. Nada que um vampiro qualquer não possa resolver.  Está em dolência. Uma dor provocante, que me fere, que me paralisa. Um dispêndio de energia fora do comum. Isso tem me consumido até as tripas, estou pálida diante dessa situação. Sempre assumi com muita naturalidade as mudanças, mas agora, tudo é tão diferente, parece que é muito mais importante. Não sou mais aquela menina inconseqüente, sou uma mulher cheia de dúvidas. Uma mulher... com responsabilidades.
E esse cheiro de terra molhada me faz pensar na possibilidade da vida. Do surgimento. Da criação. Do gozo. Da natureza humana. Acredito que esteja nascendo um novo ser dentro de mim. Alguém diferente de mim. Também, eu nunca quis ser igual, não haveria de ser agora. Mas tinha que ser tão diferente? Tão mais imponente? Tão melhor que eu?
Eu que nunca me permiti o medo, agora tenho medo que esse novo ser, seja tão mais importante que eu. Nunca fui dada a esses sentimentalismos. Sempre fui mais prática. Logo eu que não chorava, que estava acima do bem e do mal. Logo eu... Estou diante de mim mesma, em prantos. Agora vejo a impossibilidade de ser, apenas ser.
Estou em lasso puro. 

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Estou pronta para a Vida


Minha felicidade é incomensurável. Uma explosão de fogos de artifício tem bombardeado meu corpo. Acabo de descobrir que estou pronta para a vida. Sem medo. Sem receio. Apenas a vontade de realizar meus desejos. Parto.
Nunca fui capaz de me entender, e acho melhor que seja assim. Isso me dá maiores possibilidades, não me limita. Essa capacidade de entendimento reduz as chances de ser diferente. Não convém justificar. Sou assim e pronto. Não sou igual. Sou intensa. Visceral. Meus sentimentos estão amontoados nas entranhas... Minha fome é tão voraz, que não pode ser saciada com qualquer alimento. Necessito de um trago mais forte. De um amor mais violento. De um beijo mais impetuoso.
Necessito das cortinas, luz, palco, coxias e platéia. Não pela vaidade. Mas pelo nervosismo. Ansiedade. E pela capacidade intelectual. Ou não. Pela possibilidade de ser um agente transformador, Provocador. Pela inquietude.
Eu preciso ser sentida. Tocada. Invadida.
Não espere que eu seja o que você deseja, pois serei sempre eu, com todas as personas a que tenho direito.
Sou surpreendida pelos pensamentos mais insanos, pelas vontades mais loucas, pelos delírios mais quentes.
Metade de mim quer gritar ao mundo que é composta por carne, alma e indefinições... De concreto mesmo só tenho as cicatrizes, as paixões, os vícios e algumas poucas virtudes. Outra metade quer apenas sentir o perfume, a brisa, o gosto. Repleta de dúvidas, desejos, anseios e abismos. Sedenta de prazer. Apaixonada por loucos, teatro, livros, música e um pouco de dor. Inteiramente entregue à arte em toda sua amplitude. Contraditória, realista, cigana, perdida… Para compor minhas noites apenas amigos e uma mesa de bar.
Estou pronta para me inebriar com o cálice da vida. Vem comigo?!

domingo, 1 de agosto de 2010

Olhar




Estou lamentando a ausência do que ainda não possuo. Triste história. Como diria o poeta, viver não dói. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Outro dia eu tive um sonho. Sonhei com um amor. Um amor insano. Nem sei bem se era um amor, acho que era um misto de tesão e phatos. Até prefiro que seja uma paixão mesmo, a paixão me deixa assim, motivada, inspirada, atordoada, encantada!
Mas voltando ao sonho, foi um olhar. Um olhar sedutor de um homem que me conquistou. Que me fez sentir um desconforto corporal, que invadiu a minha essência, que me despiu e me fez espargir alguns segredos...
Esse olhar me provocou. Me aqueceu o corpo, me abriu os poros, despertou meus desejos. Meus lábios gritavam pelos seus...
Esse olhar me insultou. No mesmo instante encontrou outro olhar e me deixou. Foi-se então aquele olhar sedutor. E o meu olhar ficou vazio, apenas lágrimas, sútil...
Mas o sonho não acabou, e os nossos olhares se reencontraram e tudo recomeçou... Desejos, desejos e desejos.
Esse olhar me incitou. Aflorou minha imaginação, me tocou com as palavras, me seduziu da forma mais encantadora, me fez cometer o pecado da luxúria.
Esse olhar me beijou a nuca, me beijou os seios, me beijou o ventre, me beijou as coxas. Em pensamento.
Esse olhar me alcançou e mesmo assim, me abandonou...
Olhar estranho, sem nome, sem certeza. Carrega em si, apenas a beleza.



sexta-feira, 23 de julho de 2010

Lágrimas

Ontem chorei sua ausência
Me derramei em sôfregas lágrimas,
Meu coração em dolência
Suplicava por sua essência.

Minhas mãos amanheceram vazias
O calor do seu corpo não mais me aquecia
Minha boca apenas sentia
O beijo do último dia

Tenho sentido, tenho chorado
Sua falta ao meu lado
Ainda guardo comigo o sonho derramado

Hoje estou no abandono
Carrego apenas a lembrança
Daquele amor insano.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

VEM...


Vem... Toma o que é seu
Deixa espargir seus segredos
Me cubra com seu desejo
Me mostre o ádito da paixão

Transforma em realidade minha ilusão
Me tire as madrugadas sedentas
Preencha a vaziez do meu ser
Alimenta minh’alma com prazer

Vem... me toma em seus braços,
Me dispa do cansaço, me envolva em seu abraço
Me deixe viver

e só por um instante
Proponho que em nosso encontro,
Seja meu amante.

sábado, 17 de julho de 2010


Noite solitária...
Desejos alucinados
Corpo em chamas
Sonhos cinematográficos.
Acordo despida...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo. 
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. 
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. 
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE! 
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. 
Você pode até me empurrar de um penhasco que vou dizer: 
- E daí? EU ADORO VOAR!"

CL.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

CONTOS PROIBIDOS



Homem Desconhecido

Era uma bela tarde de outono, o vento delicadamente soprava as folhas secas das árvores, que nessa época do ano se tornam ainda mais bonitas. O céu estava majestoso, um tom de vermelho alaranjado que só o pôr do sol do outono nos oferece.
Por alguns instantes pude sentir o calor do seu corpo me aquecendo. Dois corpos entrelaçados, suados, encharcados do melhor prazer. Suas mãos deslizavam suavemente por todo meu corpo, despertando cada pedacinho e me abrindo os poros. Fui  à loucura quando senti sua boca beijando meus seios. Fizemos amor. Ou apenas nos permitimos o prazer corpóreo.
E depois de tudo, o desejo continuava latente. Pulsando. Gritando por aquele homem desconhecido que passeava pelos meus sonhos.
Quando dei por mim, estava ali. Sentada naquela praça. Apenas sonhando. Apenas desejando. Apenas lembrando do que não havia acontecido. A lembrança daquele homem não me saia da cabeça. Em tudo via seu sorriso, seu rosto, a cor da sua pele. E a cada dia o desejava mais forte. Desejo intenso de acariciar seu rosto, de tocar com os lábios sua boca, de sentir seus braços fortes me envolvendo em seu abraço. Desejo intenso de possuí-lo. Apenas desejo.

sábado, 12 de junho de 2010

TENHO VONTADE DE CONTAR...


Quão difícil tem sido esses últimos dias. A vida está de pernas para o ar.
Mudanças. De casa, de realidade, de objetivos, de sonhos. De amores.
O cansaço tem me consumido. Estou sedenta por um instante de tranqüilidade. Embora, eu deteste a rotina, tenho sentido falta da costumeira harmonia em minha vida. O coração pulsa cada vez mais forte por um sopro de segurança. E a imaginação, voa para lugares distantes e, às vezes até me trai com tantas possibilidades.
Tenho na garganta um grito mudo, querendo sair. Tenho na cabeça uma interrogação. Porque?
Tenho no olhar, um sonho distante. Tenho no nariz, um perfume inebriante. Tenho na boca, o gosto do beijo que nunca experimentei. Tenho nos braços, o abraço que guardei. Tenho no coração, a ausência do calor. Tenho no meu corpo a vontade do amor. Tenho, Tenho, Tenho...Tenho sonhos inacabados, desejos proibidos, suspiros cortados, sentimentos abalados. Tenho vontade de voar, tenho vontade de rastejar, tenho vontade de cantar, tenho vontade de dançar. Tenho segredos no olhar.
Tenho tanta coisa pra contar. 

segunda-feira, 26 de abril de 2010

VIVER É MUITO, MUITO PERIGOSO.

Guimarães Rosa

PORQUE EU PROVOCO MEDO NOS HOMENS???


CONTOS PROIBIDOS


Os Comprometidos


Eu sempre quis provar o néctar dos deuses, me lambuzar com mel das abelhas e me inebriar nos braços de Baco.
Eu era considerada a mulherzinha perfeita, aquela que todo homem desejava. Quando passava com meu vestido soltinho, que desenhava as curvas dos meus seios, que mais pareciam dois melões frescos, macios e durinhos, não havia homem que não desejasse tocá-los. Sem falar na bunda, que era o sonho de todo marmanjo safado. Eu fingia não perceber que todos aqueles olhares eram feitos pra mim. Sorrateira,  passava a vida a incitá-los. Gostava de despertar seus desejos mais íntimos. E muitas vezes gostava de controlar seus pensamentos. Os comprometidos eram os meu preferidos. Ah! Os com-pro-me-ti-dos... Segundo o dicionário Aurélio, compromisso significa “obrigação mais ou menos solene”. Que porra é essa? Mais ou menos? Ta bom, vamos deixar isso pra lá. Esses que tinham uma “obrigação mais ou menos solene”, me despertava um interesse maior. Talvez pelo perigo. Adoro correr perigo. Talvez pelo pecado, segundo a Igreja católica. Adoro pecar. O proibido, sexualmente falando, me enche de prazer e torna a conquista muito mais desejada e saborosa.
Há algum tempo estive com um desses que tem uma “obrigação mais ou menos solene”. Era um rapazinho que conheci num cursinho que estava fazendo. Confesso que não fiz questão nenhuma de conquistá-lo e que isso nem passava pela minha cabeça. Acho que o queria apenas como amigo. Mas um dia acabou acontecendo, sem planejarmos, pelo menos creio nisso. Um certo dia peguei uma carona com ele, fui pega de surpresa, ele me beijou a boca, a nuca e sutilmente foi me despindo com a língua. Beijou meus seios e fez amor comigo. Digo amor, porque foi assim que ele falou comigo. Talvez eu dissesse que nós fizemos sexo. E digo sexo, porque esse rapazinho em especial, ficou louco pelo meu sexo. Ele dizia que precisava ter muito controle pra ficar comigo, que minha pele parecia um ardente veludo; que minha bunda era perfeita e que meus seios pareciam dois melões frescos, macios e durinhos. O que mais me incitava nessa história é que quando encontrávamos no cursinho mal nos falávamos, apenas trocávamos olhares. E todos os dias após às aulas nos encontrávamos no mesmo lugarzinho e nos inebriávamos de prazer. E assim foi até o dia de oficializar sua “obrigação mais ou menos solene”.
Essas histórias perdem a graça com o tempo, tornam-se cotidianas, sem novidades. E eu acabei me interessando por um jovem barbudo, sonhador e que também tinha uma “obrigação mais ou menos solene”. Mas essa é outra história. O rapazinho do cursinho, ainda tentou sem sucesso, que nosso romance perdurasse, mas eu já havia provado o néctar dos deuses, me lambuzado no mel das abelhas e me inebriado nos braços de Baco. A conquista, a sedução e o inesperado que moldam a relação já haviam se esgotado, só me restava partir pra outra.


domingo, 25 de abril de 2010

A MULHER DE OXUMARÉ


Mulher fatal, uma verdadeira estrela que nasceu para brilhar, a filha de Oxumaré adora badalações, tecidos coloridos, festas, jóias. Alegre e brincalhona ela vive em movimento constante. Qualquer prazer a diverte e por isto mesmo fisgá-la é uma tarefa difícil. Principalmente porque ela é muito livre, não suporta ser controlada e não sente ciúmes do parceiro. Para conquistá-la é fundamental entender que ela é sensualíssima e quer ter uma vida sexual ativa e variada.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O CICLO DA VIDA

Nada mais inconstante que a vida. A cada momento se apresenta de uma forma. Às vezes mais contida outras nem tanto. Às vezes turbulenta em formato que não consigo entender e muitas vezes surpreendente.
Essa mesma vida que nos permite sonhar, nos força viver pesadelos improváveis; Essa mesma vida que nos permite a esperança, nos lança ao inesperado sem titubear.
Confesso que apesar de todas as turbulências vividas desde a infância, não me adaptei a esse modo de vida. Ainda hoje me desespero e sofro intensamente, como tudo em minha vida. Por mais que a dor não sobreviva pra sempre, a felicidade também não, e esses dissabores tem me proporcionado momentos bem amargos. Procuro degustar esses momentos imaginando que estou saboreando um belo e apetitoso pedaço de chocolate meio amargo. Mas nem sempre é possível. Humana que sou. Bem provável que em um momento ou outro o desespero se aposse de mim e me deixe assim... Perdida. Incrédula. E terrivelmente magoada com a própria vida. Claro que minha essência continua a mesma. Mas não posso me privar desses sentimentos  mais que humanos. Sou dada à entregas bem intensas, tanto nas paixões como nas relações cotidianas. Com a dificuldade não poderia ser diferente. E meu lema é me permitir sempre. Vivenciar a dolência da vida e deixar arder na alma até a superação.
E viva o ciclo da vida!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

CONTOS PROIBIDOS



Paixão Adormecida




Vejam só que loucura. Paixão adormecida. Mas sim, isso aconteceu comigo. Como um louco que dormia há anos e num toque acordou. Enfurecido. Insaciado. Uma explosão – feito fogos de artifício. No início não quis acreditar que todos aqueles sentimentos  poderiam arder em meu corpo novamente. Bastou apenas um beijo. Um beijo molhado, escandalizado, proibido. Ou não proibido, como acharem melhor. O fato é que eu beijei aquele homem novamente. Por mais que tudo conspirasse contra, ele me roubou um beijo, ou me presenteou com um beijo. Tudo depende de como analisamos.
Quando senti sua língua tocando meus lábios, acariciando o céu da minha boca, todo meu corpo estremeceu e, irresistivelmente eu o beijei também. Deixei que suas mãos firmes apertassem minha nuca e vorazmente fossem descendo  até tocarem meus seios que, inegavelmente suplicavam pelo seu toque. Que sensação prazerosa. Já havia me esquecido da grandeza daquele homem. Seus braços fortes que me abraçava e me envolvia completamente no seu tesão. A respiração cada vez mais forte e acelerada parecia explodir em desejos.
Não havia como lutar. Meu corpo se abriu completamente para aquele homem, meus poros exalavam o perfume da sedução. E o seu corpo, mais parecia um vulcão em fúria. Intenso. Entregue. Pulsando.
Ficamos horas no silêncio, apenas nos tocando, nos beijando, nos abraçando, nos lambendo feito banho de gato. Com a pele molhada de saliva, de suor, de prazer.
Naquele instante a paixão acordou, não havia acabado, estava apenas adormecida.  

segunda-feira, 5 de abril de 2010

LUXÚRIA












Quem ainda não leu, vale despir dos sentimentos puritanos e se entregar a essa leitura, que é bastante interessante.



Gosto muito desse trecho:










“Eu era louca por meu irmão, ensandecida, fanática, quem falava qualquer coisa dele virava meu inimigo. Ele era lindo, parecia comigo, só que mais bonito ainda, era grande como eu, tinha os mesmos lábios, os mesmos olhos verdes, um bigode indizível, desses que descem pelas comissuras quase como o dos mongóis do cinema, só que mais cheio e menos comprido, era a pessoa mais carinhosa que se possa conceber, tinha um canto de olho enrugadinho como eu nunca vi em ninguém, a voz só um tantinho rouca, mas forte, os pés enérgicos, suaves, doces, violentos, tinha as mãos mais sexy que alguém pode ter, tinha uma bunda esplendorosa, não há palavra para descrever aquela mistura realmente inefável de masculinidade e feminilidade, aquele jeito de deitar de bruços com as pernas dobradas, aquele sorriso entre maroto e tímido e no fundo resoluto, uns dentes como nunca houve dentes, esporrava mais longe e fartamente do que jamais algum homem esporrou, tinha um pau lindíssimo, delicado e ao mesmo tempo afirmativo e mais duro do que a consciência da Alemanha, tinha uma inteligência acachapante, umas virilhas de cheiro inebriante, os cabelos mais macios do planeta, uns grunhidozinhos impossíveis de imitar, umas caras tão lindas na hora de trepar — e olhe que já vi as mudanças de cara na hora de trepar mais espetaculares, como é bela a mudança de cara na hora de trepar, é o conhecimento absoluto –, tinha orgasmos pelos peitos igual a mim, orgasmos completos, tinha um ofegar inimitável na hora de gozar, tinha a melhor trilha sonora de que já participei, tinha um umbigo irrepreensível, entre pêlos mais macios que barriga de ovelha, tinha o melhor nariz que já entrou pelas minhas pernas acima, um cangote irresistível, tinha um saco que dava imediata vontade de beijar e lamber e que me fazia gozar quando esfregava a cara nele, tinha um jeito de bater punheta para gozar na minha boca só na última hora que até agora me deixa endoidecida, tinha uma maneira de me penetrar por trás que eu nunca esqueço, oferecendo lindo seu pau ereto para que eu chupasse e molhasse e depois metendo tudo dentro de mim, eu de quatro e ele amassando meus peitos e me xingando e fazendo questão de puxar o pau para meter de novo devagar até o fundo e mordendo meu pescoço e me puxando pelos quadris e eu abrindo a bunda com as mãos para ele me meter ainda mais fundo, ele tinha tudo, tudo, tudo, ele me comeu de todas as formas que ele quis, e eu também comi ele, eu adoro meu irmão, nunca mais a vida foi a mesma coisa, ele estava sempre, ele era sempre, eu nunca podia ficar só porque ele existia, ele era minha referência e meu parceiro básico, meu macho e minha fêmea, ele me deixava molhada todas as vezes em que me tocava, ele anunciava que ia gozar em mim como um césar em triunfo, me elogiava antes, durante e depois, o pau dele pulsava em minha boca antes de ele gozar, todas as minhas entradas palpitavam antes de ele meter, eu subia para o céu quando ele levantava meu traseiro e me transfigurava numa potranca sendo enrabada pelo puro-sangue seu irmão, o único que sonhe ser tudo, macho, puto, fêmea, descarado, sádico, masoquista, mentiroso, verdadeiro, lindo, feio, disposto, preguiçoso, lindo, lindo, lindo, lindo, meu irmão Rodolfo.”

terça-feira, 30 de março de 2010

CONTOS PROIBIDOS

Felicidade Estranha


Esses últimos dias tenho sentido uma felicidade estranha. As manhãs tem sido de uma alegria inesperada, mesmo com a rotineira dificuldade para acordar, tenho me sentido muito bem. O céu tem estado sempre muito azul, e o sol num brilho extraordinário. O sorriso não tem saído do meu rosto. Digo felicidade estranha, porque tenho tido muitos obstáculos para vencer nos últimos 8 meses, e mesmo assim, tenho me sentido muito feliz. Essa felicidade tem até me incomodado. Como se estivesse me sentido culpada por estar tão bem em meio a esse turbilhão.
Ontem, foi incrível! A caminho do trabalho fui arrebatada por uma felicidade incomum, uma vontade de estar num lugar sossegado, sem essa correria do cotidiano. O céu estava tão lindo e eu me sentia tão bem, que não me restou dúvidas, tive que parar e agradecer à Deus. Agradecer por essa natureza linda que nos é permitida todos os dias, por eu estar em plena forma física para me conduzir pra onde Deus quiser, por eu me sentir tão intensa e iluminada. E à noite, quando estava voltando pra casa, recebi um outro presente, uma dádiva! Uma redonda e iluminada lua cheia que invadia meu carro, como se estivesse me acompanhando pra onde quer que eu fosse. Aquela energia tomou conta de mim, e sinceramente, naquele momento queria partilhar aquela alegria com alguém. Foi quando pensei: eu estou perdendo tempo! Poderia estar a esta hora, nesta noite, nesta lua, num lugar bem mais interessante. Não sou presenteada todos os dias com uma lua daquelas, aquilo foi compatível com o meu brilho.
Fico pensando, qual será o motivo dessa felicidade... Não estou amando ninguém e ao mesmo tempo estou amando todas as pessoas; e a paixão! A paixão que sempre me move, que me faz vibrar, que me tira do eixo, que me carrega para lugares desconhecidos... Ah, a paixão seria um motivo para essa felicidade, mas não é a única responsável, existe algo maior que tem me proporcionado essa tal felicidade. Algo dentro de mim. Mudanças consideráveis tem ocorrido dentro de mim. Sem contar que tenho me sentido tão fêmea, um desejo latente, uma vontade de praticar os sete pecados capitais, começando pela luxúria. O prazer carnal com gosto de champagne em noite de lua cheia me define, me transforma, me contesta, me purifica.
Eu sei, sou contraditória! E quem disse que teria que ser o contrário? Eu prefiro a minha verdade inventada, a minha alegria suada, a minha felicidade roubada e o meu prazer compartilhado...
A questão é que estou aqui, louca para me expor e contar para o mundo meus segredos. Mas de concreto mesmo, só tenho as palavras. Porque os momentos desvanecem. Mas sobretudo, tenho minha felicidade estranha, que tem sido música para meus ouvidos.

quarta-feira, 17 de março de 2010

DIANA KRALL - TEMPTATION

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."

(Clarice Lispector)

terça-feira, 16 de março de 2010

CONTOS PROIBIDOS

Hoje, quando acordei, senti um gostinho especial na boca. Um amargo misturado com mel. Uma felicidade sorrateira, que me permitia um tímido sorriso.
Sabe aquela sensação de que fizemos algo que não deve ser dito?
Uma inexplicável vontade de cantar e dançar sem motivo aparente...
E o humor, que sempre oscila de uma maneira que nem todos conseguem acompanhar, hoje mais parecia um licor adocicando a língua.
No banho, o sabonete deslizava sobre meu corpo numa mistura perfeita com aquela água norma, que em gotículas beijava meu corpo feliz. Tudo em mim sorria.
A roupa, que sempre foi uma dificuldade, vestiu perfeitamente meu corpo e sem delongas quis sair para o mundo. Hoje, minha vontade era maior que eu. Queria gritar, sair, fugir, sorrir e me entregar sem compromissos. Hoje, o dia era permissivo.
Queria o caminho mais curto que me levasse ao ápice do prazer. E se vivo de quimera, minha fantasia era beijar ardentemente e sentir o movimento dos corpos... Enfurecidos. Voluptuosos. Saciados.
Hoje, o dia era de champagne com morango. Lingerie transparente. Noite sem dormir...

segunda-feira, 15 de março de 2010

CONTOS PROIBIDOS


Era mais uma daquelas noites sem pretensões, sem ilusões.
Apenas amigos e uma fictícia mesa de bar.
No meio da noite: vinho tinto e Billie Holiday pra completar.
O clima esquentava, e o que normalmente se transformava em um “boa noite” e "até mais", se encaminhava para uma madrugada com Herbie Hancock... sútil, ardente e promissora.
Na pele os sintomas, um misto de tesão e pathos. Palavras certeiras que determinavam o prelúdio.
Massagem, corpos em chama, sussurros… Dúvidas? Sei lá…
Enfim, amor corpóreo, efêmero, mas gostoso.

Nada como uma noite de “amor louco”, proibido, inesperado, mas mesmo assim, desejado. 



sexta-feira, 5 de março de 2010

Metade de mim quer gritar ao mundo que é composta por carne, alma e indefinições... De concreto mesmo só tenho as cicatrizes, as paixões, os vícios e algumas poucas virtudes. Outra metade quer apenas sentir o perfume, a brisa, o gosto. Repleta de dúvidas, desejos, anseios e abismos. Sedenta de prazer. Apaixonada por loucos, livros, música e um pouco de dor. Inteiramente entregue à arte em toda sua amplitude. Contraditória, realista, cigana, perdida… Para compor a noite apenas amigos e uma mesa de bar.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Coca-Cola

Estação Primeira de Mangueira - E viva o carnaval!!!










Escute o samba da Mangueira para o carnaval 2010.


http://www.mangueira.com.br/site/conteudo/samba2010.asp

ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA
“Mangueira é música do Brasil”

“VAI PASSAR”
NESSA AVENIDA MAIS UM SAMBA POPULAR
MANGUEIRA ATÉ “PARECE UM CÉU NO CHÃO”
É MÚSICA VESTIDA DE EMOÇÃO
COM NOTAS E ACORDES REFLETIU
EM SUAS CORES O ORGULHO DO BRASIL
NAS ONDAS DO RÁDIO,
DE NORTE A SUL VIAJEI
NO SONHO DOURADO EMBARQUEI
PARECE MAGIA!
VAI MINHA INSPIRAÇÃO
“NUM DOCE BALANÇO A CAMINHO DO MAR”
VEM ME TRAZER A CANÇÃO
PRO MUNDO SE ENCANTAR

TANTAS EMOÇÕES NA VERDE-E-ROSA
BRILHAM AS ESTRELAS IMORTAIS
"BATE OUTRA VEZ" UMA SAUDADE
LEMBRO DOS ANTIGOS FESTIVAIS

UM VERSO ME LEVOU
DO ROCK À JOVEM GUARDA
FUI “CAMINHANDO E CANTANDO” AO LUAR
“COM A TROPICÁLIA NO OLHAR”
ATRÁS DO TRIO EU QUERO VER
O BAILE COMEÇAR E A NOITE ADORMECER
“O SOL NASCERÁ”, AS CORTINAS IRÃO SE FECHAR
“FOLHAS SECAS” VIRÃO E O SHOW VAI CONTINUAR

MEU CORAÇÃO É VERDE E ROSA
DESCENDO O MORRO, EU VOU
A MÚSICA, ALEGRIA DO POVO
CHEGOU, A MANGUEIRA CHEGOU

III Caminhada em defesa da Liberdade Religiosa

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ver e Enxergar - Através da Obra de Clarice Lispector

Algumas pessoas passam a vida inteira de olhos fechados, embora possam ver, definitivamente não conseguem enxergar, não exercitam a percepção, não questionam, e o que é pior, passam pela vida sem entender seu verdadeiro sentido.
Há algum tempo, estava à procura de um livro para preencher o ócio, e revirando o armário, me deparei com alguns escritos que me fizeram reviver leituras que talvez eu não tenha sabido enxergar – muitas vezes li, vendo apenas o que estava escrito, nunca enxergando a verdadeira e intensa paixão do poeta. Mas naquele instante, me veio a visão do esplendor. A descoberta de enxergar além da escrita, me levou ao ápice da felicidade, uma felicidade sorrateira, uma felicidade clandestina que me encheu os pulmões de um ar ansioso que aos poucos foi se transformando num suspiro deliciosamente tranquilo.
Agora, a leitura que sempre foi uma companheira – às vezes solitária... às vezes solidária... mais que uma viagem de palavras, me proporciona alguns contos imaginários que fazem parte de uma aprendizagem interior.
Devo admitir, que às vezes me falta perspicácia para ler os sinais que a vida me apresenta, é como a cidade sitiada, cercada por soldados cegos pela ignorância. Que não nos permite entrar ou sair, que nos obriga aceitar de corpo inteiro a imposição. E quando, por pura ingenuidade (sim, eu ainda vivo momentos de pura ingenuidade)  penso que é o fim da linha, que não há outra forma de interpretação, num último suspiro, quase nos 5 minutos do 2º tempo, meu Deus: ainda há um sopro de vida – pulsações perto do coração selvagem. Recobro o juízo, quase num ato sepulcral, na tentativa de desequilibrar o amálgama da vida – um silêncio cortante, querendo gritar que já é a hora da estrela e que    para não esquecer que há outras formas de enxergar e ler a vida, talvez seja preciso que o lustre esteja sempre aceso, iluminando a maçã no escuro.